Revista Amazônia

Fundo de Biodiversidade da Amazônia alcança R$ 85 milhões em investimentos

Amazônia

Promoção da biodiversidade na Amazônia

O Fundo de Biodiversidade da Amazônia (ABF), gerido pela consultoria britânica Impact Earth, atingiu a marca de R$ 85 milhões investidos em iniciativas que promovem a biodiversidade na Amazônia Legal brasileira. Até agora, sete projetos foram beneficiados.

Entre os contemplados, a Belterra Agroflorestas recebeu recentemente R$ 20 milhões para recuperar áreas degradadas usando seu modelo de agroflorestas, trabalhando com pequenos e médios produtores no Mato Grosso, Pará e Rondônia.

A Cacau Amazônia+, outra beneficiada, obteve R$ 18 milhões para estruturar um modelo de blended finance para suas atividades em Rondônia. A startup, incubada pelo Centro de Estudos RioTerra, ONG com 20 anos de atuação na conservação da Amazônia, planeja ajudar 200 pequenos produtores a integrar a produção de cacau com outros produtos, como banana e açaí.

“Captamos um fundo de R$ 250 milhões e queremos desembolsá-los rapidamente. Planejamos alocar esses recursos até o final do próximo ano, com 13 a 15 investimentos. Estamos bastante ativos agora”, afirma Vincent Gradt, co-fundador e diretor administrativo da Impact Earth.

Além desses novos investimentos, o ABF também realizou uma rodada de follow-on, destinando mais R$ 10 milhões (totalizando R$ 16 milhões) à Inocas Amazônia, que restaura pastagens degradadas plantando macaúba, uma palmeira cujos frutos são utilizados para produção de óleos comestíveis e ração animal.

A Horta da Terra, que cultiva Plantas Alimentícias Não Convencionais (PANCs) e as transforma em “super ingredientes” para alimentos, suplementos e cosméticos, recebeu mais R$ 7 milhões, elevando o total investido na empresa para R$ 11 milhões.

A carteira do fundo também inclui: a Manioca, foodtech que processa ingredientes típicos da Amazônia; a Amazônia Agroflorestal, que utiliza sistemas agroflorestais focados em café para recuperar áreas degradadas; e o projeto AgroVerde/ReforesTerra, que promove o reflorestamento de 2 mil hectares e é uma colaboração entre as ONGs RioTerra e Reforest’Action.

Em cada um de seus investimentos, o ABF busca demonstrar a possibilidade de gerar um impacto positivo na biodiversidade da floresta, segundo Gradt.

A proposta do fundo atraiu investidores importantes, como o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), que anunciou R$ 75 milhões no final do ano passado. O Soros Development Fund, parte da rede filantrópica do bilionário George Soros, o L’Oréal Fund for Nature Regeneration (LFNR) e o holandês ASN Impact Investors também contribuíram com recursos.

No modelo de blended finance do ABF, as primeiras perdas são absorvidas pelos investimentos da Aliança Biodiversity & CIAT, com recursos da Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional (USAID). A Corporação Financeira para o Desenvolvimento Internacional (DFC), dos EUA, cobre até 50% das perdas adicionais.


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