Meio Ambiente

Golfinhos de rio: uma espécie em perigo

Os golfinhos de rio são animais incríveis que habitam alguns dos rios mais importantes do mundo, como o Amazonas, o Ganges, o Mekong e o Yangtze. Eles são adaptados à vida em água doce, com corpos aerodinâmicos, olhos pequenos e bicos longos. Eles são considerados indicadores da saúde dos ecossistemas fluviais, pois dependem de água limpa, peixes abundantes e habitats diversificados.

No entanto, esses cetáceos estão enfrentando sérias ameaças à sua sobrevivência. A perda e degradação de habitat, a pesca excessiva e incidental, a poluição, as mudanças climáticas e os projetos hidrelétricos são alguns dos fatores que colocam em risco as populações de golfinhos de rio. Estima-se que existam menos de 10 mil golfinhos de rio no mundo, e algumas subespécies estão criticamente ameaçadas de extinção.

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Um exemplo trágico da situação dos golfinhos de rio ocorreu no final de setembro de 2023, quando 154 golfinhos de rio morreram no Lago Tefé, na Amazônia brasileira. O lago é um dos principais habitats dos golfinhos de rio rosa (Inia geoffrensis) e dos golfinhos de rio cinza (Sotalia fluviatilis), que são endêmicos da bacia amazônica. As mortes foram causadas por uma seca intensa que reduziu drasticamente o nível da água e aumentou a temperatura para 40°C.

“Para nós, isso é uma crise. Em um mês, mais de 10% das populações das duas espécies de golfinhos que habitam o Lago Tefé morreram”, diz Daphne Willems, líder global de pesquisa de golfinhos de rio no World Wildlife Fund (WWF). “Nunca vimos isso antes. É a mudança climática. A água foi significativamente reduzida e as temperaturas subiram para 40° Celsius (104° Fahrenheit). Os golfinhos geralmente não são sensíveis às temperaturas; isso não os incomoda muito. Mas isso foi como cozinhá-los.”

Esse evento alarmante chamou a atenção para a urgência de proteger os golfinhos de rio e seus habitats. Em 24 de outubro, o Dia Internacional do Golfinho de Rio, representantes de 14 países que abrigam golfinhos de rio se reuniram em Bogotá, Colômbia, para discutir estratégias de conservação. O encontro foi organizado pelo governo colombiano, juntamente com o WWF, a Fundação Omacha, o Banco Mundial e especialistas da Iniciativa de Golfinhos de Rio da América do Sul (SARDI).

O principal objetivo da reunião foi incentivar as nações a assinar a Declaração Global para Golfinhos de Rio, um documento que compromete os países a implementar ações específicas e fortalecer iniciativas regionais e nacionais para salvar os golfinhos de rio. De acordo com o WWF, a declaração tem como foco interromper e reverter o declínio de todas as populações de golfinhos de rio, criar uma rede de habitats fluviais protegidos e bem gerenciados e promover pesquisas sobre esses mamíferos marinhos. Também pede colaboração entre os países, as organizações e as comunidades locais.

Redação Revista Amazônia

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