Meio Ambiente

A Crise dos Incêndios e a Vazante Extrema na Amazônia

A Amazônia, o pulmão verde do mundo, enfrenta uma crise sem precedentes. Entre 12 de julho e 6 de dezembro, o estado do Amazonas registrou 2.928 incêndios combatidos pelo Corpo de Bombeiros. Destes, 835 ocorreram na capital, Manaus, e 2.093 no interior do estado. Todos os 62 municípios do Amazonas permanecem em estado de emergência devido à estiagem, afetando 150 mil famílias. Esses dados são do último boletim divulgado pela Defesa Civil do estado na quinta-feira, 7 de dezembro.

Paralelamente, a região também enfrenta uma vazante extrema. Segundo o Serviço Geológico do Brasil (SGB), em julho deste ano, começou o processo de vazante, ou seja, a descida do nível dos rios Negro, Solimões e Amazonas, que formam a Bacia do Rio Amazonas. André Luiz dos Santos, pesquisador em geociências no SGB, explica que a última vazante foi extrema, e os rios da Bacia Amazônica ficaram com as cotas abaixo do esperado.

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No entanto, o período de enchente já começou, e a tendência é que o nível dos rios suba. “Com exceção da Bacia do Rio Negro, as outras já estão em processo de enchente. Manaus acompanha o Rio Solimões, por isso já está em processo de enchente. Apesar do Rio Negro não estar em processo de enchente, só Manaus. As estações que estão no Baixo Rio Negro, que sofrem influência hidráulica do Rio Solimões, acabam replicando o regime hidrológico do Rio Solimões”, informa Santos.

O processo de enchente do Rio Negro geralmente começa entre fevereiro e abril, quando ocorre a subida das águas do Alto e Médio Rio Negro. A previsão do tempo até domingo, 10 de dezembro, indica muitas nuvens com pancadas de chuva e trovoadas isoladas em todo o Amazonas, de acordo com o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet).

Os últimos dados divulgados pela Defesa Civil do Amazonas mostram que o nível da calha do Negro em Manaus é de 14,97 metros, enquanto em Beruri, o nível da calha do Purus é de 7,51 metros. Em Nova Olinda do Norte, o nível da calha do Madeira é de 7,44 metros, e em Guajará, o nível da calha do Juruá é de 6,43 metros. Em Parintins, o nível da calha do Baixo Amazonas é de -1,40 metros, e em Itacoatiara, o nível da calha do Médio Amazonas é de 2,07 metros. Em Careiro da Várzea, o nível da calha do Baixo Solimões é de 2,66 metros, em Fonte Boa, o nível da calha do Médio Solimões é de 11,75 metros, e em Tabatinga, o nível da calha do Alto Solimões é de 6,83 metros.

A situação atual na Amazônia é um lembrete contundente da necessidade urgente de ações concretas para combater as mudanças climáticas e proteger nossos ecossistemas vitais.

Redação Revista Amazônia

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