Tecnologia

A Petrobras e a Busca por Energia Eólica Offshore

A Petrobras iniciou um projeto inovador para medir os ventos em alto mar na região do pré-sal. O objetivo é coletar dados que subsidiarão projetos de energia eólica offshore, uma das apostas da estatal no segmento de fontes renováveis de energia. Os estudos estão sendo realizados em parceria com as petroleiras Shell Brasil, TotalEnergies, CNPC e CNOOC, e também com a Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS).

A coleta dos primeiros dados começou no campo de Búzios, na Bacia de Santos. Ainda este ano, a medição será ampliada para o campo de Mero, na mesma bacia. A estação de medição de ventos foi instalada no navio-plataforma FPSO P-75, que opera em Búzios. O equipamento dispõe de sensores para fornecer subsídios aos estudos de aprimoramento dos métodos de medição de dados eólicos offshore.

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As informações coletadas serão acumuladas e transmitidas da P-75 para o Centro de Pesquisas, Desenvolvimento e Inovação da Petrobras (Cenpes) e serão avaliadas por três anos. A pesquisa faz parte do Projeto Ventos de Libra, que recebeu R$ 8 milhões em investimentos. Além do desenvolvimento de tecnologias para os estudos, estão previstos a criação de metodologias para analisar os ventos e uma avaliação sobre a viabilidade técnica de instalação das eólicas offshore.

A Necessidade de Salvaguardas

Enquanto isso, em terra, a implantação de parques eólicos sem os devidos cuidados e esclarecimentos às comunidades localizadas próximas às torres continua causando problemas, sobretudo no Nordeste. O DW foi à região do Seridó, entre o Rio Grande do Norte e a Paraíba, e testemunhou o transtorno a moradores e o desmatamento provocados pela instalação desenfreada de usinas eólicas e solares.

Para muitos moradores da Caatinga, o sonho da energia verde virou pesadelo devido à permissividade das normas que regulam o tema e a falta de assessoria jurídica adequada aos que arrendaram suas terras. Isso reforça a necessidade de se criar urgentemente salvaguardas para que a necessária expansão das fontes eólica e solar seja feita respeitando as populações que moram nos arredores dos futuros empreendimentos. A busca por energia renovável é crucial, mas deve ser feita de maneira responsável e sustentável.

Redação Revista Amazônia

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