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Ação Estatal Essencial diante das Mudanças Climáticas, afirma Mercadante

Aloizio Mercadante, presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), destacou a necessidade de ações estratégicas de Estado para enfrentar os impactos das mudanças climáticas, descritas por ele como um dos maiores desafios da humanidade. A declaração ocorreu na abertura do encontro “States of the Future”, realizado de 22 a 24 de julho na sede do BNDES, no Rio de Janeiro.

Mercadante exemplificou a atuação do BNDES em desastres climáticos, mencionando a recuperação do Rio Grande do Sul, que sofreu com a seca no ano passado e, recentemente, com enchentes entre abril e maio. Ele anunciou um esforço de financiamento de US$ 4 milhões para reconstruir a economia local, destacando a importância de políticas de urgência, emergência climática, reconstrução e resiliência.

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“É essencial conscientizar o mercado financeiro global sobre o risco de não enfrentar a crise climática. Estimamos um déficit de recursos globais entre US$ 4 trilhões e US$ 7 trilhões para enfrentar esta calamidade e alcançar os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS). Espero que a reunião do G20, juntamente com a aliança global contra a fome e a taxação dos super-ricos, traga uma abordagem mais ousada para essa agenda ambiental”, disse Mercadante.

Encontro Internacional para o Futuro

O “States of the Future”, um evento paralelo ao G20 – que reúne as 19 maiores economias do mundo, a União Europeia e a União Africana – foi concebido para promover um diálogo multidisciplinar e multissetorial sobre as capacidades estatais frente aos desafios emergentes do século XXI. O objetivo é agregar uma coalizão diversificada de atores globais, incluindo governos, think-tanks, sociedade civil, academia, setor privado e organismos internacionais.

Descarbonização e Economia Verde

Mercadante destacou ainda os desafios da descarbonização da economia e do impulsionamento da economia verde. Ele afirmou que o BNDES está alinhado com as metas do Acordo de Paris e da COP 30, focando em iniciativas que reduzam emissões e promovam um balanço verde.

Ele também mencionou o financiamento de operações na Amazônia para combater o crime organizado, que contribui para a degradação ambiental. “Estamos apoiando a Polícia Federal nas operações de comando e controle contra o narcotráfico e o crime organizado na região. Essa atuação será estendida a todos os países amazônicos”, informou Mercadante, ressaltando a urgência da regulação do mercado de carbono.

Desenvolvimento Sustentável e Inclusão Social

A ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, ressaltou que o desenvolvimento sustentável deve ir além do crescimento econômico, inclusão social e proteção ambiental. “Devemos promover uma vida digna para todos, colocando as desigualdades sociais no centro das discussões”, disse Anielle. Ela enfatizou que a pobreza, o racismo e o machismo são problemas estruturais que não devem ser tratados como questões isoladas ou de grupos específicos.

“Vivemos em um planeta onde, no ano passado, 281 milhões de pessoas passaram fome. As mudanças climáticas e suas consequências não são problemas do futuro; são desafios do presente”, afirmou a ministra.

Reformas e Governança Econômica

A ministra da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos, Esther Dweck, destacou a importância de revitalizar o espírito reformista nas discussões sobre desenvolvimento e governança econômica internacional. “O Estado nunca deixou de ser relevante, especialmente nos países que promoveram sua agenda de enfraquecimento”, disse Esther. Ela apontou que os parâmetros do papel do Estado mudaram desde o século passado.

Esther Dweck ressaltou as contribuições do Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos do Brasil para o debate sobre a capacidade estatal e seus desafios. “Temos várias experiências a compartilhar, incluindo o uso do poder de compra do Estado, governança das empresas estatais, destinação de terra e patrimônio público, governo digital, gestão do conhecimento e proteção da memória nacional”, concluiu a ministra.

Fonte: EBC/Agência Brasil

Redação Revista Amazônia

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