COP 30

Pará reforça agricultura sustentável em visita à AgriZone

A presença do governador do Pará, Helder Barbalho, na AgriZone durante a COP30 marcou um gesto político e simbólico de afirmação: a agricultura da Amazônia pode – e precisa – trilhar um caminho de inovação alinhada ao clima. No espaço organizado pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), em Belém, o governador reforçou que o agronegócio brasileiro tem condições de se posicionar como referência mundial em produção sustentável, mostrando ao mundo que desenvolvimento e preservação não são forças opostas, mas engrenagens da mesma transformação.

A AgriZone foi pensada como uma vitrine, uma arena em que ciência, tecnologia e práticas produtivas de baixo carbono se encontram para dialogar com governos, produtores, pesquisadores e lideranças sociais. Inserida na programação paralela da 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30), o espaço funciona como um laboratório vivo de possibilidades para uma agricultura resiliente ao clima, apresentando soluções que vão do manejo inteligente de culturas à automação voltada à redução de impactos ambientais.

Helder Barbalho percorreu os estandes ao lado do ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, representando o compromisso conjunto entre o Governo do Pará e o Governo Federal. O descerramento da placa que oficializou a AgriZone simbolizou a abertura de um ambiente preparado para demonstrar, para um público global, as inovações construídas pela ciência brasileira. Para Barbalho, trata-se de um momento histórico, resultado de uma estratégia articulada entre o Estado, o Ministério da Agricultura e a Embrapa, que possibilitou a criação de um espaço reconhecido dentro do ecossistema da COP.

O governador destacou ainda que o Brasil ocupa um papel central na segurança alimentar global. Essa posição, segundo ele, deve vir acompanhada de responsabilidade ambiental e capacidade de inovação. Produzir alimentos em grande escala já não basta: é preciso produzir bem, com tecnologias que reduzam emissões, preservem recursos naturais e se adaptem às novas exigências climáticas. Para Barbalho, essa combinação é a chave para manter o país como player estratégico e respeitado nas discussões sobre o futuro da terra.

Entre as tecnologias apresentadas, uma chamou atenção pela síntese que representa entre tradição e modernidade amazônica: um robô projetado para colher açaí sem que o trabalhador precise escalar o açaizeiro. A máquina sobe pelos troncos e corta os cachos, reduzindo riscos, aumentando a produtividade e trazendo um salto de modernização para um dos produtos mais emblemáticos da região. É uma amostra de como a tecnologia pode fortalecer cadeias extrativistas sem descaracterizar sua identidade territorial.

Foto: Marcelo Lelis / Ag. Pará

SAIBA MAIS: Embrapa leva ciência e inovação à primeira Agrizone da história das COPs

A comitiva também visitou o estande do Sebrae, que levou para o espaço um viveiro com hortaliças e ervas cultivadas sem agrotóxicos. A proposta reforça a adoção de práticas agroecológicas que ampliam a produção local, favorecem a saúde dos consumidores e reduzem pressões ambientais. Esse tipo de iniciativa mostra como pequenas soluções, quando replicadas em escala, podem transformar a relação entre produção agrícola, mercado e cuidado com o solo.

A AgriZone se consolidou como um ponto de encontro entre ciência e política pública, entre saberes técnicos e demandas territoriais. Ao olhar para tecnologias e modelos de produção que reduzem impactos climáticos, o espaço aponta caminhos para uma agricultura que não apenas responde ao presente, mas antecipa o futuro. Nesse cenário, a atuação conjunta entre o governo estadual, o governo federal e instituições científicas mostra que a transição para uma agricultura de baixo carbono não é uma agenda isolada, mas uma construção coletiva.

A participação do Pará, estado que carrega o peso simbólico de sediar a COP30 no coração da Amazônia, reforça uma mensagem clara: a região quer ser protagonista de um novo modelo de desenvolvimento. Um modelo que define o clima não como entrave, mas como horizonte. A AgriZone se soma a esse movimento ao colocar em evidência soluções que fortalecem a resiliência climática, estimulam a inovação e valorizam o papel da ciência na construção de uma agricultura capaz de prosperar em um mundo em transformação.

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