Através da perspicácia de Luciney Vieira, coordenador da Aldeia Cabana, e da determinação de pessoas que prezam pela sustentabilidade, mais de 800 famílias, incluindo quilombolas, indígenas, ribeirinhos, urbanos e outros segmentos, têm recebido instruções e a criação de sistemas agroflorestais em suas propriedades localizadas na região Amazônica, abrangendo os estados do Amazonas, Amapá, Maranhão
Os Safs são criados com planejamento e mutirões comunitário, onde são abertas áreas (capoeiras ou áreas muito degradadas) para o cultivo e o manejo adequado do solo, incorporando o calcário, o esterco e a biomassa vegetal disponível no local, desta forma, os seres biológicos e a estrutura do solo ficam aptas para disponibilizar nutrientes para as plantas. São feitas leiras com estruturas preparadas a receberem as sementes biodiversas, com o intuito de nutri-las e protegê-las até ao seu estádio vegetativo. O resultado é a diversidade de plantas produtivas, que interagem entre sí e o ambiente imerso em um arranjo de sucessão e estratificação, originando frutos saudáveis e de qualidade.
Transição ecológica
Quando criança, Vieira foi morar em Belém, e durante as férias, visitava seus parentes no interior, onde participava das atividades da roça e também se deleitava brincando e comendo “Vendo a magia e o milagre da natureza, comendo frutos da mata e tomando banho de igarapé”, relata. Cresceu preocupado com a insegurança alimentar, o aquecimento global e o desiquilíbrio da saúde humana, além de ter observado as injustiças e a desvalorização de quem produz a vida, e apesar da riqueza em abundância no interior, os camponeses estavam se alimentando de ultra processados, e devido a isso, resolveu contribuir para a mudança no hábito de vida das pessoas e de sí próprio. Decidiu não fazer faculdade, começou a andar pelo Pará por comunidades quilombolas, indígenas e demais povos da Amazônia, além de trabalhos com movimentos sociais; quis entender a complexidade envolta nessa região. Fez ensaios de agricultura com espécies biodiversas no quintal de sua casa em Belém, ou seja, um laboratório de agricultura urbana.
Fez curso de Agricultura Sintrópica com Ernest Götsch, além de imersões e vivencias com quem já praticava agrofloresta de identidade amazônica. Através de um amigo do Paraná, Vieira conheceu a permacultura, ficou estimulado e comprou um sítio no Acará, e em 2015 se mudou com a família para esse sítio, estudou muito sobre agroecologia, aprendeu a sobreviver da terra, assim como as práticas da Agricultura Sintrópica.
Luciney foi o primeiro a vivenciar a Agricultura Sintrópica de forma mais ampla na Amazônia. Em 2017, promoveu o primeiro curso de Agricultura Sintrópica no seu sítio do Acará denominado Morada Cabana, onde ensinou não somente plantar, mas também o relacionamento, a ecologia socialmente e ambientalmente engajada, o trabalho sistêmico, a comunicação não violenta, a resolução de conflitos, a espiritualidade, a economia do amor, que é a educação cabana e todas as ferramentas que possibilitam uma vida integral, mais completa. ”A Cabanagem é de amor, onde nossas armas são a inchada, livro, o abraço, a semente, o perdão, a união, e a capacidade de sempre renascer, sempre cair e sempre levantar”, cita Luciney.
Localização
Programação
Nesta semana do carnaval, enquanto muitos se divertem, Luciney optou em ”agroflorestar” ao realizar um curso de ”Imersão Cabana e Vivencia Agroflorestal”, onde os alunos farão um módulo agroflorestal, treinando e capacitando crianças e adultos no conhecimento da agrofloresta e da Agricultura Sintrópica.
Publicação: João Lazaro dos Santos Rodrigues – Revista Amazônia.
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