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Amazônia se torna epicentro global de novas reservas de petróleo

Nos últimos anos, a Amazônia tem se consolidado como uma das regiões mais promissoras para a exploração de petróleo e gás, atraindo a atenção da indústria global de combustíveis fósseis.

Reservas na Amazônia

Entre 2022 e 2024, aproximadamente 20% das reservas mundiais descobertas estão concentradas no bioma, com destaque para a costa do extremo norte da América do Sul, nos territórios da Guiana e do Suriname.

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De acordo com dados do Monitor de Energia Global, a região acumula cerca de 5,3 bilhões de barris de petróleo equivalente (boe), do total de 25 bilhões descobertos mundialmente no período. O avanço da exploração petrolífera, no entanto, tem gerado preocupação entre especialistas, que alertam para os impactos ambientais e sociais desse crescimento.

Fonte: ANP. ARAYARA

Blocos inexplorados impulsionam expansião da indústria

A Amazônia abriga 794 blocos de petróleo e gás, territórios oficialmente designados para a exploração, mas que ainda necessitam de estudos para comprovar a existência de reservas viáveis. Segundo levantamento do Instituto Internacional Arayara, quase 70% dessas áreas estão em fase de estudo ou disponíveis para licitação, reforçando o potencial da região como nova fronteira da indústria petrolífera.

Na margem equatorial brasileira, que se estende da costa do Rio Grande do Norte até o Amapá, os blocos estão todos delimitados, embora a maioria ainda não tenha sido concedida para exploração. No oceano, mais de 92% das áreas offshore da costa amazônica ainda estão em fase de estudo ou aguardando oferta ao mercado.

Fonte: PODER 360

Impactos ambientais e conflitos sociais

O avanço da indústria petrolífera na Amazônia ocorre em um momento de intenso debate sobre a necessidade de reduzir a dependência mundial de combustíveis fósseis. A exploração da região levanta preocupações sobre desmatamento, contaminação de recursos hídricos e a ameaça às comunidades indígenas e tradicionais que habitam o bioma.

Pesquisadores alertam que a perfuração de poços na margem equatorial brasileira pode trazer riscos significativos para ecossistemas sensíveis, como a maior área contínua de manguezais do mundo e recifes de corais recentemente descobertos na Foz do Amazonas. Em 2023, o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) negou a solicitação da Petrobras para exploração de um bloco na região, citando falhas no plano de emergência e riscos ambientais irreversíveis.

O embate entre economia e sustentabilidade

A crescente corrida pelo petróleo amazônico gera um dilema para os governos da região. De um lado, está a possibilidade de impulsionar economias locais com os royalties e investimentos gerados pela indústria petrolífera; do outro, os impactos socioambientais e a pressão internacional para cumprir metas climáticas estabelecidas pelo Acordo de Paris.

Na Guiana, por exemplo, o recente boom petrolífero transformou o país em um dos de maior crescimento econômico do mundo, mas também aprofundou desigualdades sociais e elevou a inflação. Ambientalistas alertam que a busca desenfreada por combustíveis fósseis pode comprometer os 90% do território guianense ainda cobertos por florestas tropicais.

Margem equatorial

No Brasil, a exploração da margem equatorial ganhou apoio político nos últimos anos. O governo tem defendido o avanço da Petrobras na região, alegando que os recursos provenientes da exploração serão fundamentais para o desenvolvimento do país. No entanto, o tema ainda divide opiniões dentro da administração, especialmente entre os ministérios do Meio Ambiente e de Minas e Energia.

Com a expansão da indústria petrolífera na Amazônia, o mundo observa atento os impactos dessa nova fronteira do petróleo, enquanto especialistas e ambientalistas alertam para a necessidade de um debate mais amplo sobre o futuro energético do planeta.

Redação Revista Amazônia

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