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Amazônia e Pantanal enfrentam efeitos severos de seca histórica e incêndios florestais

Incêndios florestais na Amazônia e Pantanal

Os incêndios que devastaram a Amazônia e o Pantanal recentemente já impactam as emissões de carbono no Norte e Centro-Oeste do Brasil, de acordo com o monitoramento do observatório europeu Copernicus. Até setembro, os estados do Amazonas, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul já superaram seus recordes anuais de emissões de CO2 causadas pelo fogo, mesmo com o ano ainda em andamento.

No Amazonas, as emissões já somam 23,2 milhões de toneladas de CO2 em 2024, superando o recorde de 2022. Mato Grosso e Mato Grosso do Sul também registram volumes de emissões acima da média dos últimos 21 anos. Em razão da gravidade dos incêndios, várias cidades mato-grossenses cancelaram as celebrações de 7 de setembro. As consequências das queimadas não se limitam à Amazônia; regiões do Sul e Sudeste também foram afetadas pela densa fumaça, que intensificou o calor e trouxe o fenômeno da “chuva preta”, especialmente em Porto Alegre, onde fuligem misturada à chuva causou danos ambientais.

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Os incêndios tomam proporções nacionais: desde janeiro, mais de 152 mil focos de calor foram detectados no Brasil, um aumento de 103% em relação ao ano anterior, segundo dados do INPE. Em São Paulo, a seca e o calor agravaram o surgimento de focos, com 322 incêndios registrados em um único dia, afetando áreas ao redor de Franca, Marília e Itapura. Segundo levantamento da UNICA, mais de 231 mil hectares de cana-de-açúcar foram destruídos pelas chamas.

A Bolívia também está em estado de emergência devido aos incêndios que devastaram quase 4 milhões de hectares. O Brasil enviou bombeiros da Força Nacional e do Corpo de Bombeiros do Distrito Federal para ajudar no combate às chamas no país vizinho.

Seca histórica no rio Madeira

A seca também atinge severamente o rio Madeira, um dos principais afluentes do rio Amazonas, agora transformado em extensos bancos de areia em vários trechos. A estiagem é a pior desde o início dos registros em 1967, com o nível do rio atingindo apenas 1,02 metro, superando o recorde anterior.

As comunidades ribeirinhas são diretamente impactadas, enfrentando dificuldades para cultivar alimentos e transportar mercadorias. A falta de água também se tornou um problema crítico, e a Defesa Civil de Porto Velho distribui kits de purificação de água para aliviar a situação. Contudo, a preocupação com o abastecimento persiste.

Especialistas alertam que a seca, intensificada desde 2023, deve se prolongar nos próximos meses, com previsões de chuvas abaixo da média, agravando ainda mais a crise hídrica e ambiental na Amazônia.

Redação Revista Amazônia

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