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Ameaças ao progresso na proteção da Amazônia: reflexões sobre os fundos de impacto

 

O Dia da Amazônia, que foi celebrado dia 05/09, cabe avaliarmos o impacto concreto dos investimentos voltados à preservação e ao desenvolvimento sustentável dessa região vital para o planeta. Nos últimos anos, a agenda ESG (Ambiental, Social e Governança) ganhou força global, sendo apontada como um caminho para um futuro mais responsável. No entanto, uma inquietante reviravolta tem surgido, principalmente nos Estados Unidos, onde empresas que outrora abraçaram essa pauta agora estão recuando. Esse movimento de retrocesso nos investimentos sustentáveis pode ecoar também no Brasil, em especial na Amazônia, com consequências desastrosas para a floresta e para a humanidade.

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Apostar na Amazônia

O maior risco atualmente não é a falta de fundos, mas sim a má gestão e o receio de investir de maneira eficaz. Apostar na Amazônia é aceitar riscos e incertezas, reconhecendo que falhas fazem parte do processo de inovação. O medo de cometer erros não pode bloquear os recursos essenciais para impulsionar a bioeconomia e o desenvolvimento sustentável da região. A verdadeira ameaça está na falta de coragem para investir de forma ousada e inovadora.

Com o auge da pandemia, o foco mundial se voltou para filantropia e soluções para crises globais, o que resultou em um aumento expressivo de capital para fundos de impacto. Contudo, muitos desses fundos não estavam preparados para executar projetos de forma eficaz. Em vez de promover mudanças, grandes volumes de dinheiro acabaram estacionados em aplicações financeiras tradicionais, enquanto a Amazônia, que deveria ser o principal destino desses recursos, segue sem avanços significativos.

Apesar de toda a atenção recente sobre a Amazônia, é fundamental perguntar: quantos dos debates e promessas realmente se converteram em melhorias concretas para a região? Quantos postos de trabalho foram gerados? Quais são os resultados econômicos e sociais da tão aguardada bioeconomia? Embora o número de fundos voltados à Amazônia tenha crescido, poucos têm gerado impactos reais na vida das comunidades locais.

Para que esses investimentos cumpram seu potencial, é necessário criar ambientes que permitam o fluxo eficiente dos recursos. Precisamos de decisões ousadas, que vão além de manter o que já existe, promovendo transformações inovadoras. A Amazônia, um patrimônio insubstituível, atrai o interesse de bancos, instituições filantrópicas e fundos de investimento, o que é um avanço positivo. No entanto, esse interesse precisa ser convertido em ações concretas, que gerem benefícios tanto para os moradores da região quanto para a saúde do planeta.

Agora, mais do que nunca, o compromisso deve ser com a ação. Os recursos destinados à Amazônia precisam ser aplicados de forma eficaz, e os fundos de impacto devem cumprir suas promessas de fomentar o desenvolvimento sustentável. O custo da inação ou de ações insuficientes é grande demais para ser ignorado.

A Amazônia exige investimentos corajosos e comprometidos, que gerem mudanças palpáveis. Somente assim, poderemos verdadeiramente celebrar o Dia da Amazônia, com a confiança de que estamos no caminho certo para proteger e valorizar este tesouro mundial.

Redação Revista Amazônia

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