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Por que o ano dura 365 dias, 5 horas, 48 minutos e 46 segundos? A ciência do tempo

O início de 2025 ocorreu à meia-noite do dia 1º de janeiro, mas o que realmente define a duração de um ano? Desde 1582, o calendário gregoriano é utilizado globalmente pela ciência como o sistema oficial para medir o tempo. Esse calendário, classificado como solar, baseia-se no movimento da Terra ao redor do Sol e resulta em uma duração de 365 dias, 5 horas, 48 minutos e 46 segundos.

O que é um calendário?

Screenshot 2025 01 09 192553Screenshot 2025 01 09 192553A necessidade de um calendário remonta aos primeiros tempos da humanidade, servindo para organizar o cotidiano e planejar longos períodos, como séculos e milênios. Mas, afinal, o que é um calendário? Em termos simples, trata-se de uma ferramenta criada para medir e organizar o tempo. Sua elaboração e adaptação, no entanto, envolveram muitos desafios, especialmente ao considerar as complexidades dos ciclos naturais do planeta.

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“A primeira coisa que associamos ao tempo é a divisão entre dia e noite. Mas, para quem não mora perto do equador, é fácil perceber que, no verão, o Sol nasce mais cedo e se põe mais tarde, enquanto no inverno o oposto ocorre. Esse efeito é mais pronunciado à medida que nos afastamos do equador, especialmente nas regiões polares, onde o Sol pode nem nascer no inverno ou nem se pôr no verão. Determinar o número de horas de um dia, portanto, não é tão simples quanto parece”, explica a astrônoma Josina Nascimento, do Observatório Nacional, ligado ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI).

O Calendário Juliano e Sua Evolução

Antes do advento do calendário gregoriano, grande parte do mundo usava o calendário juliano, instituído por Júlio César em 45 a.C. Esse sistema, no entanto, não conseguia corrigir completamente a defasagem entre as datas e as estações do ano. O calendário juliano adotava anos de 365 dias, com um ano bissexto de 366 dias a cada quatro anos, mas esse ajuste era insuficiente para manter a precisão a longo prazo.

“Embora o calendário juliano já utilizasse anos bissextos, a defasagem ainda persistia. Em 1582, o calendário foi reformado com a introdução do gregoriano. Para corrigir o problema, foi determinado que os séculos só seriam bissextos se fossem divisíveis por 400. Isso fez com que o ano 2000 fosse bissexto, mas 1900 não foi, e 2100 também não será”, explica Josina.

O Calendário Lunar

Além do calendário solar, existem também os calendários lunares, que se baseiam no movimento da Lua ao redor da Terra. Nos calendários lunares, os meses são definidos pelas fases da Lua, começando na fase nova e terminando na próxima fase nova. Este ciclo dura, em média, 29,53 dias, o que significa que ajustes precisam ser feitos para que os meses tenham um número inteiro de dias. Dependendo da cultura, o ano lunar pode ter 12 ou 13 meses.

Diferentes Sistemas de Calendário ao Redor do Mundo

Embora o calendário gregoriano seja amplamente utilizado, existem outros sistemas que ainda são empregados em diferentes partes do mundo, como os calendários judaico, islâmico, indiano, chinês e juliano, sendo este último ainda utilizado por algumas igrejas ortodoxas.

“Cada um desses calendários se baseia em ciclos astronômicos. O calendário islâmico é lunar, enquanto o juliano é solar. Já o judaico, o indiano e o chinês utilizam sistemas lunissolares, combinando o movimento da Lua e do Sol. Cada um desses calendários possui diferentes datas de início e sistemas próprios para a contagem de anos”, destaca Josina Nascimento.

Essas variações refletem a diversidade de formas como as culturas ao redor do mundo medem e organizam o tempo, todas baseadas em observações astronômicas que buscam ajustar o ciclo da vida humana às mudanças no céu.

Redação Revista Amazônia

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