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Avanço no Controle Biológico de Pragas no Brasil e EUA

 

Nos últimos anos, o registro de produtos biológicos para o controle de pragas agrícolas no Brasil superou o de agroquímicos, marcando uma mudança significativa no setor. José Maurício Simões Bento, professor da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz da Universidade de São Paulo (Esalq-USP), apresentou esses dados em um painel durante a FAPESP Week Illinois, em Chicago, na semana passada.

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Hoje, cerca de 629 produtos biológicos estão registrados no Brasil para esse fim, abrangendo microrganismos, macrorganismos, bioquímicos e semioquímicos. Esse número cresce constantemente, refletindo uma tendência global em que aproximadamente 20% dos produtores agrícolas adotam produtos biológicos. O Brasil lidera essa adoção, com 55% das propriedades utilizando biocontrole, em comparação com 6% nos Estados Unidos.

No Brasil, aproximadamente 90% da área dedicada ao cultivo de cana-de-açúcar já utiliza métodos biológicos, combinando inimigos naturais com tecnologias avançadas. Armadilhas inteligentes, equipadas com câmeras e conectadas a sistemas de inteligência artificial, monitoram e quantificam pragas, orientando a liberação precisa de inimigos naturais por meio de drones.

Além disso, a inteligência artificial é fundamental para prever e entender os impactos das mudanças climáticas nas plantações. Pesquisadores do Instituto de Biociências da USP analisaram os efeitos de altos níveis de dióxido de carbono (CO2) na soja, destacando a importância da colaboração internacional para entender esses impactos em diferentes variedades geneticamente diversas.

Nos EUA, pesquisadores da Universidade de Illinois estão desenvolvendo robôs para controle de ervas daninhas e plantio de culturas de cobertura. Essa tecnologia tem o potencial de melhorar a sustentabilidade e a eficiência da agricultura, reduzindo a dependência de agroquímicos e aumentando a produtividade.

Em um cenário global de desafios climáticos, a integração de métodos biológicos e tecnológicos na agricultura é fundamental para garantir a segurança alimentar e a sustentabilidade ambiental. A pesquisa e a inovação nesse campo continuam a impulsionar a evolução da agricultura moderna, oferecendo soluções cada vez mais eficazes e sustentáveis para os desafios do mundo agrícola.

Redação Revista Amazônia

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