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Bebida fermentada com sabores da Amazônia nasce com apoio do PCT Guamá

Inspirada por uma história familiar e impulsionada pela união entre saberes tradicionais e inovação tecnológica, nasceu a kombucha H, a primeira bebida fermentada com ingredientes amazônicos desenvolvida com suporte técnico do Parque de Ciência e Tecnologia (PCT) Guamá. Produzida pela startup paraense Homci, a bebida traz os sabores do açaí, cupuaçu, bacuri e, em breve, guaraná, aliando saúde e regionalidade.

Parceria com centro de pesquisa garante qualidade

Para transformar a produção artesanal em um produto competitivo, Rodolfo Homci, diretor-executivo da empresa, buscou o suporte do Centro de Valorização de Compostos Bioativos da Amazônia (CVACBA), vinculado à UFPA e sediado no PCT Guamá. O centro passou a realizar análises físico-químicas, testes sensoriais e estabeleceu rigorosos padrões de qualidade para a kombucha amazônica.

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“A atuação do Parque tem sido decisiva para o crescimento da Homci. O apoio técnico do CVACBA nos permitiu evoluir com segurança em todas as fases do projeto”, destaca Rodolfo, que trabalha em parceria com quatro pesquisadores do laboratório.

Inovação com raízes amazônicas

Reconhecido como um polo de estímulo à inovação, o PCT Guamá abriga diversas iniciativas que unem ciência e empreendedorismo. “A Homci é um excelente exemplo do impacto positivo gerado quando aplicamos ciência a projetos com potencial de alcance social e ambiental”, afirma João Weyl, diretor-presidente da Fundação Guamá.

O lançamento oficial da kombucha H está previsto para ocorrer até novembro de 2025, durante a COP 30 em Belém. A bebida será apresentada como símbolo de sustentabilidade e valorização da floresta, com distribuição em pontos de venda físicos e online.

Kombucha: tradição milenar e benefícios modernos

A kombucha é uma bebida milenar originária da China, feita a partir da fermentação do chá adoçado com uma colônia simbiótica de bactérias e leveduras — o chamado Scoby. Popularizada no Ocidente por seus supostos efeitos benéficos, a bebida é rica em probióticos, ácidos orgânicos, antioxidantes e vitaminas do complexo B, que contribuem para a saúde intestinal e o bem-estar geral.

Uma história que começou em casa

A ideia de criar a kombucha H surgiu quando Rodolfo passou a produzir a bebida para ajudar no alívio dos desconfortos estomacais do pai. O que começou como um gesto de cuidado se transformou em um projeto promissor, incentivado por sua mãe. A boa aceitação inicial da kombucha artesanal inspirou a ideia de incorporar ingredientes da Amazônia à fórmula.

Com investimento contínuo em pesquisa, a Homci foi aprovada em importantes programas de fomento à inovação, como o Centelha Pará (2023), o Desafio Inove Mais (2024), o edital Startup Pará – Tech Empreendedor (2024/2025) e o programa RHAE (2025). A bebida também é tema da dissertação de mestrado de Rodolfo em Biotecnologia pela UFPA, sob orientação do pesquisador Fábio Moura, do CVACBA.

Laboratórios que unem ciência e mercado

O PCT Guamá conta com 12 laboratórios de Pesquisa e Desenvolvimento (P&D), sendo 11 ligados à UFPA e um à Uepa. O CVACBA é especializado em compostos de origem vegetal e atende setores como alimentos, cosméticos, fármacos e biotecnologia. Além de análises, o centro realiza testes de atividade enzimática e desenvolve soluções inovadoras com base em recursos naturais da Amazônia.

Imagem: Sergio Moraes – Fundação Guamá

Projetos públicos e privados podem contratar os serviços do Parque. Contatos podem ser feitos pelo e-mail servicos@fundacaoguama.org.br ou pelos telefones (91) 3321-8908 e 3321-8909.

PCT Guamá: polo de inovação na Amazônia

O PCT Guamá é uma iniciativa do Governo do Pará em parceria com a UFPA e a Ufra, gerido pela Fundação Guamá. É o primeiro parque tecnológico da Região Norte e promove a pesquisa aplicada e o empreendedorismo sustentável com foco na melhoria da qualidade de vida da população.

Situado às margens do Rio Guamá, o parque ocupa 72 hectares entre áreas construídas e protegidas, e abriga mais de 30 empresas residentes, 40 associadas, uma escola técnica e 12 laboratórios de inovação. Também integra redes nacionais e internacionais como a Anprotec e a Iasp, fazendo parte do maior ecossistema global de ciência e inovação.

Redação Revista Amazônia

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