A setenta dias de sediar a COP30, Belém vive uma corrida contra o tempo que já começa a mostrar resultados concretos. A capital paraense, escolhida para receber a maior conferência climática do planeta, passa por uma metamorfose urbana que vai muito além da preparação para o evento. Com obras que ultrapassam 90% de execução em diferentes frentes, a cidade se redesenha para acolher milhares de visitantes e, ao mesmo tempo, deixar um legado histórico para sua população.
O investimento, superior a R$ 4 bilhões apenas do Governo Federal, está reconfigurando aeroportos, terminais hidroviários, portos, canais, parques, vias urbanas e até os símbolos mais tradicionais da cultura local. “As obras estão dentro do cronograma e se aproximam da reta final. Belém está cada vez mais pronta para receber delegações de todo o mundo”, destaca Valter Correia, secretário extraordinário para a COP30.
A chegada à cidade já não será a mesma. No Aeroporto Internacional de Belém, visitantes encontrarão um terminal ampliado, áreas de embarque modernizadas, pista renovada e melhor acessibilidade, além de uma praça de alimentação redesenhada. As intervenções, 95% concluídas, prometem transformar a experiência inicial de quem pisa na capital amazônica.
Os portos e terminais também acompanham essa mudança. O Terminal Hidroviário Internacional já concluiu mais de três quartos da construção dos armazéns 9 e 10, enquanto o Terminal Turístico Hidroviário da Tamandaré ganha novo píer e estação com capacidade para 500 passageiros, facilitando a rota até o Marajó e outras ilhas. Já no Terminal Portuário de Outeiro, a reforma prevê a recepção de dois navios que servirão como hotéis flutuantes durante a conferência.
Se as frentes de mobilidade e recepção internacional impressionam, os projetos de macrodrenagem representam um impacto ainda mais profundo na vida cotidiana. A Bacia do Tucunduba, segunda maior da capital, já tem 83% das obras concluídas. Dos 11 canais previstos, sete foram entregues e os demais estão em fase final, com previsão de encerramento em novembro.
Outros pontos críticos da cidade também passam por requalificação. Nos canais Benguí e Marambaia, a drenagem já alcança 91% de execução. Além de combater alagamentos históricos, as obras incluem redes de água e esgoto, pontes, passarelas, praças e melhorias na mobilidade urbana.
O saneamento, por sua vez, ganha reforço no Sistema de Esgotamento Sanitário do Ver-o-Peso, com 4.100 metros de rede coletora e 300 ramais domiciliares.
Nenhum símbolo traduz mais Belém que o Ver-o-Peso, e sua requalificação é um capítulo à parte. O maior mercado a céu aberto da América Latina recebe um investimento de R$ 66 milhões, sendo R$ 11,2 milhões destinados apenas ao sistema de esgoto. Com 90% das obras concluídas, a feira já conta com novas coberturas, estruturas metálicas restauradas e vidros substituídos.
No Mercado do Peixe, as bancadas históricas darão lugar a modernas estruturas em aço inox, sem perder o estilo original. O objetivo é conciliar preservação cultural com melhores condições de higiene e segurança.
A revitalização de áreas verdes também ganha destaque. O Parque Linear da Doca, praticamente pronto, transformou a paisagem com ciclovias, quiosques, mirantes, passarelas, academia ao ar livre e o plantio de 200 árvores. O Parque Linear da Tamandaré, previsto para setembro, segue o mesmo caminho, com ciclovias, playground, drenagem e paisagismo.
Já na mobilidade urbana, a requalificação da Rua da Marinha é o exemplo mais emblemático: 3,5 km de ampliação e duplicação que interligam seis bairros, passando de duas para seis faixas e impactando diretamente o trânsito diário.
As obras mostram que Belém não está apenas se preparando para um evento global, mas para uma nova etapa de sua própria história. O esforço de modernização vai deixar como herança uma cidade mais integrada, acessível e sustentável. Para os moradores, significa não apenas infraestrutura renovada, mas também o fortalecimento da autoestima de viver em uma capital que se prepara para o futuro.
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