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Fábrica brasileira cria mosquitos contra a dengue que pode proteger 100 milhões de pessoas por ano

Campinas, no interior de São Paulo, agora abriga a maior biofábrica de mosquitos modificados do mundo. A unidade, recém-anunciada pela empresa britânica Oxitec, promete ser uma das principais aliadas no enfrentamento da dengue, que segue com números alarmantes no Brasil.

Biofábrica

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Imagem: Divulgação Oxitec

A instalação produz mosquitos com a bactéria Wolbachia, um agente natural que impede a transmissão de doenças como dengue, zika, chikungunya e febre amarela. Esses insetos, ao se reproduzirem, transmitem a bactéria às próximas gerações, reduzindo a disseminação dos vírus.

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Meta ambiciosa: proteger um bilhão de pessoas até 2040

A expectativa é que a fábrica consiga liberar mosquitos capazes de proteger até 100 milhões de pessoas por ano em diferentes regiões da América Latina. A meta da Oxitec é ainda mais ousada: até 2040, evitar que até um bilhão de pessoas sejam infectadas pela dengue por meio da disseminação desses mosquitos.

O CEO da companhia, Grey Fradsen, afirmou que essa nova instalação representa um passo fundamental para tornar a tecnologia mais acessível e economicamente viável para governos em todo o mundo. “Estamos ajudando a padronizar uma solução de impacto global, que salva vidas”, declarou.

Próximos passos: regulamentação e implantação

Segundo Natalia Ferreira, diretora-executiva da Oxitec no Brasil, a empresa aguarda a aprovação dos órgãos reguladores para iniciar a liberação dos mosquitos no país. Assim que o aval for concedido, a empresa deve atuar nas cidades que enfrentam os maiores surtos de dengue, oferecendo suporte técnico e operacional.

Imagem: Bruno Calixto/ÉPOCA

Mudanças climáticas ampliam a ameaça da dengue

Com o agravamento das mudanças climáticas, o cenário se torna ainda mais desafiador. Um estudo da Universidade de Stanford aponta que cerca de 19% dos casos de dengue no mundo estão ligados ao aquecimento global. O aumento das temperaturas facilita a expansão dos mosquitos vetores para áreas onde antes eles não circulavam.

As temperaturas entre 20°C e 29°C são ideais para a reprodução e transmissão do vírus da dengue. Em 2024, considerado o ano mais quente da história, o Brasil registrou quase 6,5 milhões de casos prováveis da doença, além de 5.972 mortes confirmadas.

Sintomas da dengue: o que observar

Com o avanço dos casos, é essencial conhecer os sintomas e procurar atendimento médico ao menor sinal da doença. Os sintomas mais comuns incluem:

  • Febre alta

  • Dor de cabeça

  • Dor atrás dos olhos

  • Dores musculares

  • Náuseas e vômitos

  • Diarreia

Em quadros mais leves, os sintomas tendem a desaparecer em até uma semana. No entanto, sinais de agravamento, como dor abdominal intensa, sangramentos e queda na produção de urina, exigem atenção médica imediata, pois podem indicar complicações graves.

Dengue em 2025: números ainda preocupam

Apesar de uma queda expressiva nos óbitos em 2025, o número de casos de dengue continua elevado. Até o final de março, foram confirmadas 504 mortes, uma redução de 83,3% em comparação ao mesmo período de 2024, quando o país contabilizou 3.028 óbitos.

O estado de São Paulo lidera o ranking nacional de casos e mortes, com 365 vítimas, representando 72,4% do total. A tendência é de aumento nos meses mais quentes, especialmente na região Norte, onde o mosquito encontra condições ideais para se multiplicar.

Redação Revista Amazônia

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