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BNDES Aprova R$ 258 Milhões para Desenvolvimento da Macaúba como Fonte de Combustíveis Renováveis

O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) deu um passo importante para o avanço da transição energética no Brasil ao aprovar o financiamento de R$ 257,9 milhões para a implantação de um centro de inovação tecnológica focado na pesquisa e desenvolvimento da macaúba, planta nativa brasileira. A empresa beneficiada pelo financiamento é a Acelen, que se dedica à produção de combustíveis renováveis, incluindo diesel renovável (Renewable Diesel – RD) e combustível sustentável de aviação (Sustainable Aviation Fuel – SAF), utilizando a macaúba como principal matéria-prima.

Este projeto faz parte do Programa BNDES Mais Inovação e representa o primeiro financiamento voltado ao desenvolvimento do combustível SAF no Brasil. A macaúba, uma planta com elevado potencial energético, é vista como uma das principais apostas para a produção sustentável de biocombustíveis no país, especialmente por seu cultivo em terras degradadas, contribuindo para a recuperação ambiental e gerando impacto social e econômico significativo nas regiões onde será cultivada.

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O Projeto Acelen Agripark

O centro de inovação tecnológica, que será chamado de Acelen Agripark, será instalado em Montes Claros, no estado de Minas Gerais, e terá como foco a domesticação e o cultivo da macaúba. A infraestrutura do Agripark incluirá a capacidade de germinação de 1,7 milhão de sementes por mês, além de poder produzir até 10,5 milhões de mudas por ano. Este centro será responsável por todo o processo de pesquisa, desenvolvimento e inovação necessário para sustentar o projeto da biorrefinaria de combustíveis renováveis da Acelen, que visa produzir combustíveis com baixos níveis de emissões de carbono.

A escolha de Montes Claros como sede do centro tecnológico se deu pela proximidade com áreas de maciços naturais de macaúba, o que, segundo a empresa, contribuirá para a competitividade do projeto. A unidade também promete gerar 240 novos empregos diretos, impulsionando a economia local.

O presidente do BNDES, Aloizio Mercadante, destacou que essa iniciativa fortalece o papel do banco no apoio à transição energética no Brasil. “Ao financiar o primeiro projeto de SAF no Brasil, o BNDES, no governo do presidente Lula, mantém sua contribuição relevante para a transição energética, incentivando iniciativas que tenham impacto social, ambiental e desenvolvimento tecnológico”, afirmou Mercadante.

O Potencial da Macaúba

A macaúba é uma planta nativa do Brasil, com grande potencial para a produção de biocombustíveis devido ao seu elevado teor de óleo nas sementes. Além disso, a planta pode ser cultivada em terras degradadas, o que a torna uma opção sustentável e viável para a recuperação de áreas improdutivas. O projeto da Acelen prevê o cultivo de 180 mil hectares de macaúba em Minas Gerais e na Bahia, sendo que 20% da produção total virá da agricultura familiar, beneficiando mais de 10 mil famílias em suas áreas de atuação.

O centro de inovação também desempenhará um papel crucial no melhoramento genético da macaúba, possibilitando a seleção de plantas com maior produtividade de óleo, além da clonagem e desenvolvimento de novas mudas que serão distribuídas entre os agricultores participantes do projeto.

Esse trabalho será essencial para aumentar a competitividade e a produtividade do setor de biocombustíveis, que tem grande potencial exportador e é uma peça-chave na estratégia do Brasil para se posicionar como um líder global na produção de combustíveis sustentáveis, especialmente em um momento em que o mundo busca alternativas para reduzir as emissões de gases de efeito estufa.

Impacto Social e Ambiental

O projeto do Acelen Agripark está alinhado com os objetivos de descarbonização e recuperação ambiental do Brasil. A produção de combustíveis a partir da macaúba promete capturar quase 60 milhões de toneladas de CO2 equivalente, o que representa uma contribuição significativa para a mitigação das mudanças climáticas.

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Além disso, a estratégia da Acelen inclui o envolvimento da agricultura familiar, o que garante um impacto social relevante, especialmente em regiões mais pobres do país. Ao fomentar a agricultura familiar, o projeto promete melhorar a qualidade de vida de milhares de famílias, oferecendo uma fonte de renda sustentável e duradoura.

A diretora de Infraestrutura, Transição Energética e Mudança Climática do BNDES, Luciana Costa, ressaltou a importância do projeto para o futuro energético do Brasil: “Com essa iniciativa, o Brasil dá um passo importante para se tornar um grande produtor de combustível sustentável de aviação e se colocar no mundo como um líder da transição climática”, afirmou Luciana, destacando que o projeto será implementado em terras degradadas desde 2007. Ela também elogiou o caráter inovador do projeto, que combina tecnologia de ponta com impacto social e ambiental significativo.

O Papel do BNDES na Transição Energética

O apoio do BNDES ao desenvolvimento de combustíveis sustentáveis é parte de uma estratégia mais ampla de incentivo à transição energética no Brasil. O banco tem desempenhado um papel crucial no financiamento de projetos que promovem o uso de energias renováveis e tecnologias limpas, com o objetivo de reduzir a dependência do país de combustíveis fósseis e contribuir para a mitigação das mudanças climáticas.

Além do financiamento à Acelen, o BNDES tem apoiado outras iniciativas voltadas à produção de biocombustíveis, energia solar, eólica e outras fontes de energia renovável. O banco também tem se empenhado em promover a inovação no setor de energia, incentivando o desenvolvimento de novas tecnologias que possam tornar o Brasil uma referência global em energia limpa.

De acordo com Luciana Costa, o BNDES continuará a investir em projetos que unam inovação, sustentabilidade e impacto social. “Apoiamos um projeto ambicioso, com muita tecnologia e com forte impacto social, que pode transformar economicamente uma região e fortalecer a imagem do Brasil como parte da solução de descarbonização do mundo”, explicou a diretora do banco.

O financiamento aprovado pelo BNDES para o desenvolvimento da macaúba como fonte de combustíveis renováveis representa um marco na transição energética do Brasil. O projeto da Acelen, que inclui a construção de um centro de inovação tecnológica em Montes Claros, é pioneiro no uso de uma planta nativa brasileira para a produção de biocombustíveis, como o diesel renovável e o combustível sustentável de aviação.

Com impacto positivo nas áreas social, ambiental e econômica, a iniciativa promete gerar milhares de empregos, recuperar áreas degradadas e contribuir para a descarbonização do setor de transporte no Brasil. O projeto também coloca o país em posição de destaque no cenário global de combustíveis sustentáveis, reforçando o papel do Brasil como líder na transição climática.

Para saber mais sobre o financiamento do BNDES e outros projetos de transição energética, visite o site oficial do banco BNDES e conheça outras iniciativas sustentáveis que estão mudando o futuro energético do país.

Redação Revista Amazônia

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