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A agricultura familiar, historicamente um dos pilares da produção de alimentos no Brasil, acaba de ganhar um reforço estratégico para ampliar sua presença em um mercado cada vez mais exigente por qualidade e sustentabilidade. O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES)
anunciou a liberação de R$ 60 milhões em recursos não reembolsáveis voltados à produção de bioinsumos, dentro do programa BNDES Bioinsumos.
Esse investimento, direcionado às cooperativas da agricultura familiar, tem como objetivo multiplicar soluções sustentáveis que ajudem não apenas a fertilizar o solo, mas também a equilibrar ecossistemas, reduzir custos de produção e garantir alimentos mais saudáveis na mesa do consumidor brasileiro.
Bioinsumos são produtos originados de microrganismos, resíduos vegetais e materiais orgânicos capazes de substituir fertilizantes químicos e defensivos agrícolas tradicionais. Além de atuarem como adubo natural, eles funcionam como agentes biológicos no controle de pragas e fortalecem a saúde do solo, plantas e até de sistemas aquícolas e florestais.
Na prática, esse tipo de insumo não apenas melhora a produtividade, mas também diminui a dependência de químicos importados, reduz a emissão de gases de efeito estufa e ajuda a regenerar áreas degradadas. Ao integrar bioinsumos aos agroecossistemas, agricultores familiares se inserem em uma lógica de transição tecnológica, onde a rentabilidade convive em harmonia com a preservação ambiental.
A chamada pública do BNDES dará prioridade às regiões Norte e Nordeste, onde a agricultura familiar desempenha papel decisivo na geração de renda e na segurança alimentar. A ideia é viabilizar a implantação de unidades industriais ou semi-industriais para produção local de bioinsumos, adaptados às realidades climáticas e de solo de cada região.
Esse movimento não é apenas econômico: é também social e territorial. O fortalecimento de cooperativas em áreas tradicionalmente vulneráveis ajuda a fixar famílias no campo, combate a insegurança alimentar e promove inclusão produtiva de populações historicamente marginalizadas.
A iniciativa do BNDES conta com apoio técnico da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), referência nacional em ciência aplicada ao campo. A participação da instituição garante que as soluções financiadas não sejam apenas acessíveis, mas também replicáveis em diferentes contextos produtivos.
Ao unir crédito público, cooperativismo e conhecimento científico, o programa cria as condições para transformar práticas agrícolas e acelerar a chegada de biotecnologias ao cotidiano de milhares de pequenos produtores.
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O presidente do BNDES, Aloizio Mercadante, destacou que o programa responde a dois compromissos históricos do governo federal: aumentar a produção de alimentos saudáveis e, ao mesmo tempo, fortalecer a geração de renda entre os agricultores familiares.
Para ele, o acesso a bioinsumos permitirá que cooperativas reduzam custos, aumentem a produtividade e ganhem competitividade em mercados cada vez mais sensíveis às questões ambientais. “Trata-se de ampliar a segurança e a soberania alimentar e nutricional do país, enquanto se promove justiça social no campo”, reforçou.
Mais do que um programa de fomento, o BNDES Bioinsumos representa um marco no processo de construção de uma agricultura de baixo carbono no Brasil. A escolha por bioinsumos aproxima o país de uma agenda internacional que valoriza práticas regenerativas, certificações sustentáveis e cadeias produtivas livres de agrotóxicos em excesso.
Se bem implementada, essa iniciativa pode transformar cooperativas em polos de inovação verde, capazes de gerar impacto positivo para além das fronteiras rurais. A multiplicação de bioinsumos abre espaço para novos arranjos produtivos locais, fortalece circuitos curtos de comercialização e insere o Brasil como protagonista em uma tendência global que une ciência, economia e ecologia.
Ao apostar na força da agricultura familiar e na inteligência da pesquisa científica, o BNDES sinaliza que o futuro da produção de alimentos no país passa pela reconciliação entre produtividade e sustentabilidade. A colheita desse investimento será não apenas de alimentos mais saudáveis, mas também de um campo mais justo e resiliente.
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