Fonte: Pplware.com
Com 71% da superfície da Terra coberta por oceanos, a energia gerada por suas ondas representa um dos recursos renováveis mais promissores e ainda pouco explorados. Segundo a Agência Internacional de Energia, é necessário que a produção de energia oceânica cresça 33% ao ano até 2050 para que o mundo alcance a meta de emissões líquidas zero.
O Painel Intergovernamental sobre Alterações Climáticas (IPCC) estima que o potencial das ondas pode alcançar impressionantes 29.500 TWh anuais, quase dez vezes mais do que o consumo elétrico anual da Europa. E, quando se trata de energia das marés, esse número varia entre 800 e 1200 TWh ao ano, especialmente em regiões costeiras com estreitos e enseadas.
Inspirado no funcionamento do coração humano, o cardiologista Stig Lundbäck cofundou a empresa sueca CorPower Ocean em 2009. A inovação nasceu da ideia de aplicar a pressão hidráulica usada pelo coração para criar um gerador de energia movido pelas ondas do mar.
A tecnologia resultou no CorPack, uma bóia feita com materiais leves e resistentes, projetada para converter o movimento vertical das ondas em eletricidade limpa e constante. Enquanto a tensão puxa a bóia para baixo, as ondas a empurram para cima, gerando um movimento de rotação que é transformado em energia elétrica.
De acordo com a CorPower Ocean, essa abordagem permite gerar até cinco vezes mais energia por tonelada de equipamento em comparação com outras tecnologias de energia das ondas já existentes. Isso torna o sistema não apenas mais eficiente, mas também mais econômico.
A primeira unidade em escala real do CorPack já está em operação ao largo da costa norte de Portugal, em Aguçadora, contribuindo com eletricidade para a rede nacional. Essa conquista foi possível graças a anos de pesquisa hidrodinâmica e ao apoio de investimentos e bolsas da União Europeia.
Embora a CorPower seja destaque, várias empresas e centros de pesquisa também buscam explorar o potencial dos mares. A italiana ENI desenvolveu um conversor inercial de ondas marítimas, enquanto a WaveRoller, da finlandesa AW-Energy, usa grandes painéis submersos para aproveitar a força das ondas. O Nanku, gerador flutuante criado na China, também integra essa nova leva de inovações.
Mesmo sendo a fonte renovável com maior densidade energética, a energia das ondas recebe menos atenção do que a solar e a eólica. Em 2024, a energia solar gerou 7% da eletricidade mundial, e a previsão é de que, em breve, atenda quase metade da demanda global.
A energia das ondas enfrenta desafios técnicos e comerciais. Protótipos anteriores falharam frente à força extrema do oceano, enquanto os sistemas eólicos e solares offshore provaram ser mais confiáveis e com custos decrescentes. “A competitividade é o maior obstáculo”, destaca José Miguel Rodrigues, do instituto SINTEF.
Portugal, Espanha, França, Irlanda e Reino Unido, por serem banhados pelo Atlântico, têm as melhores condições naturais para explorar a energia das ondas em larga escala. A Noruega, com sua extensa costa e comunidades insulares, também se destaca, podendo reduzir custos energéticos locais e aumentar a autonomia energética.
Contudo, além da viabilidade técnica, o sucesso da energia oceânica depende de fatores econômicos, políticas públicas e aceitação da sociedade. Com projetos promissores como o CorPack, o futuro da energia das ondas começa a sair do papel e mergulhar em águas mais profundas.
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