O que acontece quando você usa borra de café nas suas plantas
Você joga fora a borra de café achando que é lixo? Pois saiba que está descartando um dos ingredientes mais valiosos para o seu jardim. A borra, aquele resíduo úmido que sobra depois de coar o café, pode ser um poderoso aliado das plantas — ou um desastre, dependendo de como é usada. Muita gente adota a prática sem saber o impacto real no solo e nas raízes. E o resultado? Pode ir de folhas mais verdes a plantas sufocadas.
A borra de café contém nitrogênio, potássio, fósforo e outros micronutrientes que contribuem para a fertilidade do solo. Seu uso, quando bem dosado, pode melhorar a estrutura da terra e atrair minhocas — verdadeiras engenheiras da natureza.
Ela também ajuda a reter umidade em solos arenosos e estimula a atividade microbiana, o que favorece a decomposição de matéria orgânica e o desenvolvimento das raízes. Isso faz dela uma opção atrativa para quem busca adubação mais natural.
A ideia de que “quanto mais, melhor” não funciona com a borra de café. Aplicar grandes quantidades diretamente sobre o solo pode compactá-lo, criando uma crosta que impede a oxigenação e a absorção de água. Além disso, o excesso de cafeína e compostos fenólicos pode inibir o crescimento de plantas mais sensíveis, como alecrim, camomila e lavanda.
Outro erro comum é usar borra ainda quente ou embolorada, o que prejudica micro-organismos benéficos. O correto é deixar a borra esfriar completamente e secar antes de aplicar.
Muita gente desconhece que o cheiro e a textura da borra podem afastar formigas, lesmas e até gatos que insistem em cavar vasos. Ao espalhar uma fina camada ao redor das plantas, você cria uma barreira natural contra esses visitantes indesejados.
Ela também ajuda a controlar odores em composteiras e a acelerar a decomposição quando misturada corretamente aos resíduos marrons (folhas secas, papel picado).
O segredo está na moderação. Use uma colher de sopa por vaso pequeno ou uma mão cheia para canteiros maiores, misturando bem à camada superficial do solo. Faça isso no máximo uma vez por semana.
Outra estratégia inteligente é adicionar a borra à sua composteira doméstica. Isso não apenas distribui melhor seus nutrientes, como equilibra o teor de umidade e favorece a produção de húmus.
Se preferir, você pode criar um chá de borra: ferva duas colheres em um litro de água, deixe esfriar, coe e use a solução para regar. É uma forma mais diluída de fornecer os benefícios sem sobrecarregar as raízes.
Plantas que gostam de solo ligeiramente ácido — como hortênsias, samambaias, roseiras, azaleias, morangueiros e tomates — costumam reagir bem à aplicação controlada da borra. Já espécies de solo alcalino ou neutro, como lavanda, alecrim e jasmim, podem sofrer.
Por isso, conhecer a necessidade específica da planta é tão importante quanto a dosagem correta do composto.
Sim, mas com ressalvas. A borra pode funcionar como um aditivo em substratos para mudas, desde que misturada com areia, casca de pinus ou fibra de coco. Ela melhora a retenção de umidade e, em pequenas proporções, incentiva o crescimento radicular.
Evite usar pura, pois a densidade e a falta de aeração podem causar apodrecimento.
Vasos de plantas que ficam muito tempo em ambientes úmidos tendem a acumular mofo branco na superfície do substrato. Polvilhar uma camada fina de borra seca pode inibir esse crescimento e deixar o vaso com cheiro mais agradável.
A borra de café também pode ser usada para limpar folhas sujas de poeira: basta umedecer um pano com o “chá de borra” e passar nas folhas largas, como as da costela-de-adão.
Mais do que um resíduo, a borra de café carrega um simbolismo: o do cuidado diário, do olhar atento e da reconexão com a natureza. Ao reutilizá-la com consciência, você transforma lixo em vida, e rotina em afeto vegetal.
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