Fonte: Corteva Agriscience.
A guerra comercial entre Estados Unidos e China gerou um novo cenário para a produção global de soja. Com a imposição mútua de tarifas, especialmente os 145% aplicados pelos EUA sobre importações chinesas e a retaliação chinesa sobre produtos agrícolas americanos, a China tem buscado novos parceiros. Nesse movimento, o Brasil desponta como principal alternativa.
No último ano, os Estados Unidos exportaram mais de 27 milhões de toneladas de soja para a China, somando US$ 12,8 bilhões, a principal commodity agrícola do país no comércio com os chineses. Agora, com as tarifas elevando os preços em até 135%, produtores americanos, como Heather Feuerstein, temem pela sustentabilidade de seus negócios. “Essa é uma ameaça à continuidade do nosso modo de vida”, afirmou a agricultora do Michigan.
Enquanto os produtores norte-americanos enfrentam incertezas, agricultores brasileiros e argentinos colhem os frutos do novo arranjo. Juntos, os dois países respondem por 52% da produção mundial de soja, sendo o Brasil responsável por 40% sozinho. “Eles precisarão de mais do Brasil”, explica Neusa Lopes, executiva da Girassol Agrícola, no Mato Grosso.
Com o aumento da demanda, os preços da soja brasileira subiram 10% no último mês. A saca de 60 kg, por exemplo, passou a ser vendida por cerca de US$ 21.
Nos últimos anos, a China investiu fortemente em logística no Brasil. Um dos maiores exemplos é o novo terminal no Porto de Santos, financiado pela Cofco, empresa estatal chinesa, com custo de quase US$ 500 milhões. Esse investimento facilita e intensifica o fluxo da soja brasileira rumo ao mercado chinês.
A maioria dos estoques da atual safra já foi vendida, mas quem aguardou o melhor momento está sendo recompensado. Muitos produtores seguram sua produção apostando que a guerra comercial se prolongará, o que pode elevar ainda mais os preços. Segundo André Nassar, da Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais, “se a China mantiver as tarifas altas, a substituição das exportações americanas pelas brasileiras continuará”.
Enquanto isso, os EUA tentam abrir novos caminhos. Iniciativas para expandir mercados na Índia, Egito e México estão em andamento, além do incentivo à produção de biocombustíveis à base de soja. Ainda assim, o impacto das perdas com o mercado chinês é profundo e não será rapidamente substituído.
Durante a última guerra comercial, produtores americanos só evitaram perdas ainda maiores graças a um programa emergencial de US$ 23 bilhões. Com o novo impasse, um novo plano de resgate é cogitado, mas ainda incerto. Heather Feuerstein resume a situação: “Ficamos gratos pela ajuda, mas ela não recuperou nossas fazendas e nem trouxe nosso maior comprador de volta.”
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