Os países que compõem o Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) desempenham um papel crucial na produção agrícola e no comércio agropecuário global.
De acordo com Luís Rua, secretário de Comércio e Relações Internacionais do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), cerca de metade dos 550 milhões de produtores rurais do mundo estão localizados nos países do bloco. Além disso, o grupo responde por 30% da pesca de cultivo, 70% da aquicultura e uma parcela significativa da produção de matérias-primas agrícolas, como fertilizantes, cereais e carnes, destacando a importância de fortalecer a cooperação entre os membros.
Durante uma coletiva de imprensa realizada nesta sexta-feira (21), em Brasília, após a reunião do Grupo de Trabalho de Agricultura do Brics, Luís Rua enfatizou a relevância do bloco para o Brasil. “No ano passado, o Brasil exportou cerca de US$ 165 bilhões em produtos agropecuários, sendo que 60 milhões, foram destinados aos países do Brics”, afirmou.
O secretário também destacou que um dos pilares das discussões é a segurança alimentar, especialmente em um cenário global onde 733 milhões de pessoas ainda enfrentam a fome. Para ele, os grandes produtores de alimentos, como os países do Brics, têm a responsabilidade de adotar uma postura ativa para combater esse problema. “Precisamos trabalhar juntos para garantir que a produção agrícola seja justa, inclusiva e sustentável”, ressaltou.
Luís Rua também mencionou a importância do momento atual para o Brasil, que, além de sediar as reuniões do Brics, será o anfitrião da COP 30 em 2025. Ele destacou a conexão entre os temas discutidos no Grupo de Trabalho de Agricultura e as pautas da Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas. Como exemplo, citou o Programa Nacional de Conversão de Pastagens Degradadas, que visa transformar áreas de pasto degradadas em lavouras produtivas, integrando agricultura, pecuária e florestas de maneira sustentável.
“No ano passado, mais de 1 milhão de hectares foram recuperados. Queremos promover uma agricultura sustentável, sem a necessidade de desmatar ou impactar nossos biomas, melhorando a produtividade e contribuindo para a segurança alimentar”, explicou. Essa iniciativa está alinhada ao Objetivo de Desenvolvimento Sustentável (ODS) nº 2 da ONU, que busca alcançar a Fome Zero até 2030.
Outro tema central discutido no encontro foi a implementação da certificação eletrônica para agilizar o comércio entre os países do Brics. A medida tem como objetivo reduzir a burocracia e facilitar as exportações, evitando situações como a retenção de mercadorias em portos devido à falta de documentação. “Queremos mostrar ao mundo como o Sul Global pode contribuir com práticas inovadoras para o comércio internacional, tornando-o mais ágil e eficiente”, afirmou Rua.
O secretário ressaltou que o Brics está em um momento de consolidação de boas práticas e cooperação, com o potencial de influenciar positivamente a produção agropecuária global. “Estamos unindo forças para demonstrar que, com o peso que temos na produção mundial, podemos avançar em direção a um comércio mais justo, sustentável e inclusivo”, concluiu.
A reunião do Grupo de Trabalho de Agricultura do Brics reforça o compromisso dos países membros em promover inovações que beneficiem não apenas suas economias, mas também a segurança alimentar e a sustentabilidade em escala global.
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