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85% dos Brasileiros Defendem Ações Climáticas Mais Rigorosas

Pesquisa Pnud

Uma pesquisa realizada pelo Programa de Desenvolvimento das Nações Unidas (Pnud), em parceria com a Universidade de Oxford e a GeoPol, revelou que 85% dos brasileiros apoiam medidas mais efetivas para combater a crise climática no país. Este sentimento é refletido globalmente, onde 80% da população mundial demanda ações mais rigorosas de seus governos contra as mudanças climáticas.

Nos 20 maiores emissores de gases de efeito estufa, o apoio a políticas climáticas mais fortes é significativo. Nos Estados Unidos e na Rússia, 66% da população é a favor de ações mais rigorosas, enquanto na Alemanha o número é de 67%, na China 73%, na África do Sul e na Índia 77%, no Irã 88%, e na Itália chega a 93%.

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Brasileiros e o Compromisso Climático

O Brasil, sendo o maior país da América do Sul e o quinto maior do mundo, comprometeu-se a atingir emissões líquidas zero até 2050 e está em processo de transição para fontes de energia renovável. Atualmente, 83% da produção energética do Brasil provém de fontes renováveis, com a maior parte da eletricidade gerada por usinas hidrelétricas.

A pesquisa mostrou que 81% dos brasileiros desejam uma rápida transição dos combustíveis fósseis, com cerca de dois terços exigindo uma mudança muito rápida. Além disso, 70% dos entrevistados no Brasil relataram ter experienciado eventos climáticos extremos recentemente e mais da metade avalia negativamente as ações do governo em relação a esses problemas.

Superando a média global em 13%, quase todos os brasileiros entrevistados apoiam a educação sobre mudanças climáticas e acreditam que a cooperação internacional deve ser intensificada para enfrentar a crise.

Apoio Global e Liderança Climática

Globalmente, 86% dos entrevistados defendem a cooperação internacional para enfrentar a mudança climática. Este consenso é impressionante, especialmente no contexto atual de aumento de conflitos e nacionalismo. A pesquisa, a maior já realizada sobre o tema, consultou mais de 73 mil pessoas em 77 países, representando 87% da população mundial.

Achim Steiner, administrador do Pnud, destacou que a pesquisa mostra claramente que os cidadãos globais querem que seus líderes superem diferenças e ajam imediatamente e com ousadia para combater a crise climática. Ele apelou aos líderes e formuladores de políticas para que considerem esses resultados ao desenvolverem novas promessas de ação climática.

Outros Resultados Significativos

Nos cinco grandes emissores – Austrália, Canadá, França, Alemanha e Estados Unidos – as mulheres mostraram-se mais favoráveis ao fortalecimento dos compromissos climáticos de seus países, com diferenças de 10 a 17 pontos percentuais em comparação aos homens. Na Alemanha, essa diferença chega a 17%.

A pesquisa também revelou que 72% da população global apoia uma rápida transição para o abandono dos combustíveis fósseis, mesmo nos 10 maiores produtores de petróleo, carvão ou gás. O apoio varia de 89% na Nigéria a 54% nos Estados Unidos, com apenas 7% da população global se opondo à transição.

Ansiedade Climática e Decisões Pessoais

Globalmente, 56% das pessoas pensam regularmente sobre a mudança climática, com 63% nos Países Menos Desenvolvidos relatando preocupação constante. Mais da metade da população mundial está mais preocupada com as mudanças climáticas do que no ano passado, com 59% nos Países Menos Desenvolvidos e 71% nos Pequenos Estados Insulares em Desenvolvimento.

Cerca de 69% das pessoas no mundo afirmaram que suas grandes decisões, como onde morar ou trabalhar, são influenciadas pelas mudanças climáticas. Nos Países Menos Desenvolvidos, esse número é de 74%, enquanto na Europa Ocidental e do Norte é de 52% e na América do Norte, 42%.

Acordo de Paris e o Futuro

Cassie Flynn, diretora global de Mudanças Climáticas do Pnud, afirmou que os resultados da pesquisa são uma evidência clara do apoio global a ações climáticas ousadas. Ela ressaltou que os próximos dois anos representam uma das melhores oportunidades para a comunidade internacional garantir que o aquecimento global permaneça abaixo de 1,5°C, conforme o Acordo de Paris.

Redação Revista Amazônia

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