Dicas para um carnaval sustentável – como curtir a folia sem pesar no planeta

O carnaval tá chegando, e eu já consigo ouvir o tamborim batendo no peito! É aquela época do ano em que a gente se joga na rua, pinta a cara, dança até o sol raiar e esquece os problemas. Mas já parou pra pensar no rastro que a maior festa do Brasil deixa pra trás?

Glitter no chão, latinha amassada, fantasias descartadas… a folia é linda, mas pode ser um peso pro planeta. E se eu te contar que dá pra curtir o carnaval de um jeito mais leve, sustentável e ainda assim inesquecível? Vem comigo que eu te mostro como fazer um carnaval sustentável em 2025, com dicas práticas, ideias criativas e um olhar mais consciente pra essa festa que a gente ama tanto.

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Por que o carnaval precisa de sustentabilidade?

O carnaval brasileiro é um gigante. Em 2024, só no Rio de Janeiro, mais de 2 milhões de foliões lotaram as ruas, segundo dados da Secretaria de Turismo. E com tanta gente, vem o impacto. Toneladas de lixo, como copos plásticos e confetes, acabam nos bueiros, rios e até no mar. Fora a pegada de carbono dos deslocamentos e a produção em massa de fantasias baratinhas que rasgam no primeiro dia. Não é pra botar culpa na alegria, mas pra repensar como ela pode andar de mãos dadas com o cuidado com o planeta.

A boa notícia? O movimento por um carnaval mais verde tá crescendo. Blocos como o Sargento Pimenta, em São Paulo, já tão apostando em ações ecológicas, como coleta seletiva e fantasias recicladas. E você também pode entrar nessa onda, seja no bloquinho da esquina ou no sambódromo. Vamos ver como?

Fantasia sustentável – o brilho que não custa caro pro meio ambiente

Fantasia é a alma do carnaval, mas aquelas compradas em loja muitas vezes são feitas de poliéster – um tecido que demora séculos pra se decompor. Minha dica de ouro? Reaproveite o que você já tem em casa. Aquela camiseta velha pode virar um cropped com tesoura e criatividade. Um lençol rasgado? Virou capa de super-herói. E se quiser brilhar, troque o glitter plástico por versões biodegradáveis, como os feitos de algas ou celulose. Marcas como a Purpurina Bio tão fazendo sucesso com isso, e o planeta agradece.

Outra ideia é garimpar em brechós. No último carnaval, eu achei uma saia de tule por R$ 15 num brechó no centro de Manaus e transformei ela numa fantasia de sereia com conchas que já tinha em casa. Além de economizar, você dá vida nova a peças que iam pro lixo. Quer mais inspiração? Dá uma olhada no nosso post sobre fantasias criativas com materiais reciclados.

Glitter biodegradável – o segredo do brilho consciente

Vamos falar mais do glitter, porque ele merece um destaque. O glitter tradicional é microplástico puro – daqueles que poluem rios e machucam a vida marinha. Já vi folião jogando potes inteiros no chão, achando que “é só carnaval”. Mas dá pra brilhar sem culpa! O glitter biodegradável, além de ser lindo, se decompõe em semanas. Você pode até fazer o seu em casa com gelatina e corante alimentício – tem tutorial no YouTube que ensina direitinho. É fácil, barato e ainda vira história pra contar no bloco.

Hidratação sem desperdício – copo na mão, lata no lixo

Carnaval é sinônimo de calorão, e a gente precisa se hidratar. Mas aquele mar de copos plásticos jogados na rua? Não rola mais. Minha dica é simples: leve seu próprio copo reutilizável. Pode ser um copo retrátil de silicone – cabe no bolso! – ou uma garrafinha de inox. Muitos blocos, como o Cordão do Boitatá, no Rio, já têm pontos de água grátis pra encher. E se for tomar cerveja, prefira latinha, que é mais fácil de reciclar, e jogue no lugar certo. Em Salvador, a prefeitura recolheu 250 toneladas de recicláveis no carnaval de 2024, segundo a Salvador da Bahia. Então, bora ajudar esse número a crescer?

DIY de bolsinha pra carregar tudo

Pra facilitar, faça uma bolsinha simples com retalhos de tecido. Costurei uma no ano passado com uma calça jeans que não usava mais – ficou perfeita pra levar copo, celular e um lanchinho. É prático e te deixa livre pra pular sem perder nada.

Comida de rua – como comer bem e sustentável

Não tem carnaval sem um rango pra repor as energias, né? Mas dá pra fazer escolhas mais verdes aqui também. Prefira comida de barraquinhas locais em vez de fast food industrializado. Em Olinda, por exemplo, os pastéis de milho e as tapiocas são feitos na hora, com ingredientes da região. Além de deliciosos, você apoia os pequenos comerciantes e reduz a pegada de carbono que vem de embalagens plásticas e transporte longo.

Leve seu próprio talher ou use os biodegradáveis que alguns lugares oferecem. E, se sobrar comida, não joga fora! Muitos blocos têm parcerias com ONGs que coletam sobras pra doação, como o Banco de Alimentos em São Paulo. É um jeito de curtir o rango e ainda fazer o bem.

Lixo zero – o desafio que vale a pena

O lixo é o vilão do carnaval, mas dá pra zerar – ou pelo menos quase isso. Antes de sair, separa um saquinho pra guardar o que você usar: latinha, papel de bala, canudinho (se tiver que usar, prefira os de papel). Em 2024, o bloco Tarado Ni Você, em São Paulo, distribuiu ecobags pros foliões levarem o lixo embora, e a ideia pegou! Se cada um fizer um pouquinho, as ruas ficam mais limpas, e os garis agradecem.

Quer ir além? Junta os amigos e organiza uma mini coleta no fim do bloco. No último carnaval, eu e minha turma catamos umas 20 latinhas em 10 minutos – virou até competição pra ver quem achava mais. É divertido e deixa o rolé mais leve.

Transporte – como chegar no bloco sem poluir tanto

Chegar no carnaval também pode ser sustentável. Se der, vá a pé ou de bike – além de evitar o trânsito caótico, você já entra no clima aquecendo as pernas pra dançar. Em cidades como Recife, os bloquinhos do Bairro do Recife são pertinho uns dos outros, então nem precisa de carro. Transporte público é outra pedida boa: metrô, ônibus e trens tão cheios de foliões fantasiados que vira parte da festa.

Se for de aplicativo ou carro, tenta rachar com os amigos. Uma van cheia de gente fantasiada gritando marchinha é infinitamente mais legal que um monte de carros sozinhos soltando fumaça. E, se puder, compensa sua pegada de carbono com projetos como os da Moss Earth, que plantam árvores pra neutralizar CO2.

Blocos sustentáveis – quem já tá na frente

Alguns blocos já tão mostrando o caminho. O Bloco da Prevenção, em Belo Horizonte, usa energia solar pros trios elétricos e incentiva o uso de fantasias recicladas. Já o Acadêmicos do Baixo Augusta, em São Paulo, faz mutirões de limpeza pós-festa. Fica de olho nesses exemplos e leva as ideias pro seu rolé!

Com copos reutilizáveis e glitter ecológico, blocos de carnaval de SP

O carnaval de 2025 – um convite pra mudar

O carnaval de 2025 tá logo ali – começa em 28 de fevereiro – e pode ser o mais verde da história se a gente se mexer. O Brasil tá na mira do mundo com eventos como a COP30, em Belém, e a sustentabilidade tá mais em pauta do que nunca. Imagina só: milhões de foliões mostrando que dá pra pular, sambar e cuidar do planeta ao mesmo tempo. É um legado que vai além da Quarta-feira de Cinzas.

Então, que tal começar agora? Planeja sua fantasia com o que já tem em casa, separa seu copo reutilizável e chama os amigos pra entrar nessa. Pequenas atitudes somadas fazem uma diferença danada. E, se quiser mais dicas, dá uma passada no nosso guia sobre sustentabilidade no dia a dia.

Minha experiência – um carnaval mais leve

No carnaval passado, eu resolvi testar essas ideias. Fiz uma fantasia de borboleta com retalhos de cortina, levei uma garrafinha de água e usei glitter biodegradável. No fim, voltei pra casa com a bolsa cheia de latinhas que catei no chão – e um sorriso gigante. Foi tão bom quanto qualquer outro carnaval, mas com a sensação de que eu não tava só consumindo a festa, tava ajudando ela a ser melhor.

E você, topa o desafio?

Agora é com você. Conta aqui nos comentários: qual dessas dicas você vai usar no próximo carnaval? Ou, se já teve uma experiência sustentável na folia, divide com a gente! Vamos fazer desse carnaval um arraso – pra nós e pro planeta. Bora?

 

Rodrigo

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