O Ministério das Cidades abriu um canal para receber contribuições sobre o tema das mudanças climáticas. A iniciativa, que visa promover a participação social na formulação de políticas públicas, busca soluções práticas e inovadoras para mitigar os efeitos da crise climática nas cidades brasileiras.
O ministério está promovendo uma consulta pública para receber sugestões até o final de outubro de 2024. O objetivo é permitir que a sociedade contribua diretamente com propostas que ajudem a enfrentar as mudanças climáticas, promovendo cidades mais resilientes e sustentáveis. Entre os temas em discussão estão a melhoria na infraestrutura urbana, políticas de mobilidade sustentável, ampliação de áreas verdes e estratégias para mitigar os efeitos do aquecimento global nas áreas urbanas.
Segundo o ministro das Cidades, a participação de diferentes setores da sociedade, como ONGs, empresas privadas, órgãos públicos e a população em geral, é fundamental para desenvolver políticas eficazes. As sugestões recebidas serão analisadas e poderão compor o plano nacional que visa combater os desafios impostos pelas mudanças climáticas.
Enquanto o Ministério das Cidades promove a consulta sobre mudanças climáticas, a seca de rios na Amazônia está gerando preocupações relacionadas ao aumento da caça e pesca ilegais. De acordo com especialistas, a redução no volume de água nos rios amazônicos facilita o acesso a áreas mais remotas, o que favorece atividades ilegais e prejudica os esforços de conservação ambiental.
A seca, que atinge a região de forma severa, é atribuída em grande parte ao fenômeno El Niño e às mudanças climáticas globais. Este fenômeno intensifica a estação seca na Amazônia, reduzindo o nível dos rios e impactando negativamente a fauna e a flora locais. As populações ribeirinhas, que dependem dos rios para subsistência, também estão sofrendo com a diminuição dos recursos naturais, o que agrava ainda mais a crise ambiental.
Com o recuo das águas, áreas de preservação que antes eram de difícil acesso se tornaram mais vulneráveis à ação de caçadores e pescadores ilegais. Organizações ambientais e órgãos fiscalizadores têm alertado para a intensificação dessas atividades, que colocam em risco espécies ameaçadas e o equilíbrio ecológico da região. A diminuição na fiscalização em algumas áreas também é apontada como um fator que contribui para o aumento da exploração ilegal.
Ações de combate, como o reforço na presença de agentes de fiscalização e o uso de tecnologias de monitoramento, são medidas essenciais para reduzir o impacto dessas atividades. No entanto, a falta de recursos financeiros e logísticos dificulta a implementação de operações mais eficazes.
A Amazônia enfrenta um conjunto de desafios relacionados tanto à preservação de sua biodiversidade quanto ao desenvolvimento sustentável. A seca dos rios é apenas um dos problemas causados pela mudança climática na região. A destruição das florestas por meio de queimadas e desmatamento descontrolado também se apresenta como uma ameaça significativa.
Além das ações ilegais, o desmatamento para atividades agrícolas e de pecuária exerce uma pressão crescente sobre os recursos naturais da floresta. Apesar de esforços governamentais e de organizações não governamentais para controlar o desmatamento, os índices permanecem altos. O uso inadequado do solo, associado à mudança climática, agrava os efeitos da seca, contribuindo para a perda de biodiversidade e o aumento das emissões de gases de efeito estufa.
Em contrapartida aos desafios ambientais, o setor de produção primária florestal no Brasil registrou um crescimento significativo em 2023, conforme aponta o levantamento recente. A produção florestal primária, que inclui a extração de madeira, borracha e castanhas, apresentou um aumento de 11,2% em relação ao ano anterior, impulsionada pela demanda interna e externa por produtos florestais.
Esse crescimento reflete o aumento da produção sustentável em algumas áreas, com destaque para o manejo florestal, que visa a extração responsável de recursos naturais sem comprometer o ecossistema. Contudo, a expansão da produção florestal também levanta questões sobre o equilíbrio entre o desenvolvimento econômico e a preservação ambiental.
O manejo sustentável da floresta é apontado como uma das soluções para conciliar a necessidade de desenvolvimento econômico com a conservação ambiental. A técnica permite a exploração dos recursos florestais de forma controlada, garantindo a regeneração das áreas exploradas e a proteção da biodiversidade.
Empresas do setor, como a Suzano e a Veracel, têm investido em programas de manejo sustentável e replantio, o que contribui para a sustentabilidade da produção florestal. Além disso, o mercado de produtos florestais certificados tem crescido, com consumidores cada vez mais exigentes quanto à origem dos produtos que consomem.
Apesar do crescimento no setor de produção florestal, os desafios relacionados à preservação ambiental permanecem. A expansão de áreas de produção, mesmo que de forma controlada, pode representar uma ameaça para ecossistemas delicados, especialmente em regiões onde o desmatamento ilegal ainda é uma prática recorrente.
Além disso, a mudança climática continua a impactar diretamente o setor florestal. Eventos climáticos extremos, como secas prolongadas e chuvas intensas, podem alterar significativamente a capacidade de produção, aumentando os custos e comprometendo a sustentabilidade a longo prazo. A adaptação a esses novos cenários climáticos será fundamental para garantir a continuidade da produção de forma sustentável.
As questões levantadas pelo Ministério das Cidades, somadas aos problemas de seca na Amazônia e os desafios do setor florestal, demonstram a necessidade de soluções integradas para enfrentar os desafios ambientais no Brasil. A mudança climática afeta diretamente diversas áreas da economia e da sociedade, exigindo a criação de políticas públicas coordenadas que atendam a diferentes setores.
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A combinação de esforços governamentais, empresariais e da sociedade civil será essencial para o desenvolvimento de soluções que possam mitigar os efeitos das mudanças climáticas no Brasil. A consulta pública aberta pelo Ministério das Cidades se coloca como uma oportunidade para a construção de políticas mais eficazes e participativas, enquanto os desafios impostos pela seca na Amazônia e pelo crescimento do setor florestal apontam para a necessidade de uma abordagem integrada e sustentável.
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