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Cientistas chineses revolucionam a velocidade da fibra óptica com avanço 10.000 vezes mais rápido

Pesquisadores da Universidade de Xangai para Ciência e Tecnologia desenvolveram uma tecnologia inovadora capaz de aumentar a velocidade das fibras ópticas em até 10.000 vezes, atingindo impressionantes 125 terabytes por segundo. Este avanço promete transformar não apenas as telecomunicações, mas também áreas como a medicina e o diagnóstico clínico.

Redes neurais difrativas

A chave para este salto tecnológico está na utilização de redes neurais difrativas em miniatura, do tamanho de grãos de sal, que são integradas às fibras ópticas multimodo. Estas fibras, que permitem a transmissão de múltiplos sinais de luz simultaneamente, enfrentam tradicionalmente problemas de interferência e distorção de dados. As redes neurais difrativas atuam organizando os sinais de luz, eliminando a confusão e permitindo transmissões mais rápidas e eficientes.

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Imagem: NicoElNino / Shutterstock

Num teste realizado entre a ilha de Hainan e a Universidade de Xangai, a nova tecnologia demonstrou a sua capacidade ao transmitir dados a velocidades extraordinárias ao longo de 2.000 quilómetros. Este sucesso abre portas para aplicações práticas em diversas áreas, incluindo o diagnóstico médico. Por exemplo, a tecnologia pode ser utilizada em dispositivos ingeríveis que detectam anomalias internas com maior precisão.

Imagens mais nítidas

Yu Haoyi, professor associado da Universidade de Xangai, destacou que a tecnologia já está a ser testada em parceria com um hospital em Hainan para análises de tecido. Os resultados preliminares mostram imagens mais nítidas do que as obtidas por equipamentos endoscópicos tradicionais, permitindo a detecção de tumores menores e mais precoces.

“Integramos o dispositivo com um algoritmo de deep learning treinado para identificar mudanças patológicas, o que melhora a triagem e facilita a detecção precoce, diagnóstico e tratamento”, explicou Yu Haoyi.

Aplicação da tecnologia no futuro

No futuro, os pacientes poderão ingerir materiais luminescentes que destacam órgãos específicos, facilitando a identificação de anomalias através do sistema óptico. Antes de ser aplicada clinicamente, a tecnologia passará por testes em animais para garantir a sua segurança.

Além da medicina, esta inovação tem o potencial de revolucionar as telecomunicações. Enquanto tecnologias como o Wi-Fi 8, previsto para 2028, procuram melhorar a estabilidade das conexões em ambientes com alta densidade de dispositivos, a nova fibra óptica pode levar a internet de alta velocidade a um novo patamar. No entanto, a latência continuará a depender da distância física entre os dispositivos.

Este avanço representa um marco significativo no campo das comunicações e da medicina, prometendo um futuro com diagnósticos mais precisos e uma conectividade sem precedentes.

Redação Revista Amazônia

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