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Se você se deparou com uma cobra-verde no muro da sua casa, pode até ter levado um susto. Mas antes de agir por impulso, é essencial entender o comportamento desse animal, saber se ele oferece perigo e, principalmente, como afastá-lo de forma segura e sem agressões. Afinal, o equilíbrio da natureza começa com o respeito a todas as espécies — mesmo as que nos amedrontam à primeira vista.
Apesar do nome popular, “cobra-verde” pode se referir a mais de uma espécie de serpente. No Brasil, o termo geralmente está relacionado à Philodryas olfersii, também conhecida como cobra-lisa ou papa-pinto. Ela tem corpo fino, coloração esverdeada vibrante e olhos grandes, o que costuma causar espanto — mas nem sempre justificado.
Essa serpente costuma medir entre 80 cm e 1 metro de comprimento, é ágil e arborícola, ou seja, passa boa parte do tempo em árvores ou muros. É comum que apareça em áreas urbanas, especialmente perto de jardins com vegetação densa.
Aqui está a informação que muitos querem saber de imediato: sim, a cobra-verde é considerada levemente peçonhenta. No entanto, sua peçonha é de baixa toxicidade e ela não representa risco grave para seres humanos.
Essa espécie possui dentição opistóglifa, ou seja, os dentes inoculadores de veneno ficam na parte de trás da boca. Isso torna muito difícil a inoculação em humanos, especialmente porque a mordida precisa ser mantida por alguns segundos para que o veneno seja transferido.
Em casos raros, a mordida pode causar dor local, inchaço ou leve vermelhidão — sintomas que geralmente desaparecem em poucas horas. Pessoas alérgicas, crianças ou animais de estimação de pequeno porte, no entanto, merecem atenção especial.
A resposta está no desequilíbrio ambiental e na oferta de alimento. A cobra-verde se alimenta de pequenos répteis, anfíbios e, principalmente, aves e roedores. Se há presença de passarinhos, ninhos em telhados ou até mesmo pequenos ratos, é possível que ela esteja apenas “caçando”.
Além disso, muros com vegetação alta, árvores frutíferas ou muitas folhagens formam rotas perfeitas para o deslocamento dessas cobras. Um jardim sem podas regulares ou com entulhos também se torna abrigo ideal.
O primeiro passo é manter a calma e não tentar matá-la. Apesar do medo natural que a presença de uma serpente provoca, o risco real de ataque é muito baixo — e a agressão ao animal pode configurar crime ambiental, com base na Lei 9.605/98.
Veja o que fazer:
Afaste-se com cautela, especialmente se a cobra estiver em altura acessível ou se houver crianças ou animais próximos.
Não tente capturar ou manipular o animal por conta própria.
Acione o Corpo de Bombeiros (193) ou a Defesa Civil da sua cidade. Esses órgãos são treinados para recolher o animal com segurança.
Evite movimentos bruscos ou gritos, pois isso pode assustar a cobra e levá-la a agir por instinto defensivo.
Não é preciso usar veneno ou armadilhas para impedir que uma cobra-verde frequente sua casa. A prevenção começa com mudanças simples no ambiente. Veja as melhores estratégias:
Pedaços de madeira, telhas empilhadas, pneus e outros materiais largados em cantos do quintal criam esconderijos perfeitos para serpentes e suas presas. Uma limpeza periódica evita que o local se torne atrativo.
Arbustos encostando em muros, galhos sobre telhados e trepadeiras descontroladas servem como “pontes” para que a cobra acesse a área da casa. Manter o jardim controlado reduz drasticamente essa possibilidade.
Cobras evitam locais muito iluminados à noite. Instalar refletores com sensores de presença em muros e áreas verdes ajuda a inibir a presença de animais indesejados.
Em locais com histórico de aparições de serpentes, é possível usar telas protetoras finas na base do muro e nas janelas mais próximas ao solo. Também é recomendado vedar qualquer fresta que possa servir de passagem.
Restos de frutas ou comida de pets no quintal podem atrair pequenos roedores e aves — e isso, por sua vez, chama a atenção da cobra-verde. Manter tudo limpo e armazenado é fundamental.
Apesar de causar apreensão, a cobra-verde tem uma função ecológica importante. Como predadora de roedores, sapos e aves, ela ajuda a controlar populações que poderiam causar outros tipos de desequilíbrio.
Além disso, sua presença pode ser um indicativo de que o ambiente ainda está saudável, já que muitas serpentes evitam áreas com alta atividade humana e degradação.
Se o ambiente continuar atrativo, a chance de recorrência é real. Por isso, após a retirada da cobra, observe com atenção a estrutura do jardim ou do muro. Corrigir os pontos de entrada e seguir com a manutenção da área são as atitudes mais eficazes.
Se possível, converse com vizinhos e incentive a mesma vigilância. Muitas vezes, a serpente pode circular por diferentes casas em busca de alimento ou abrigo, criando uma espécie de “circuito” entre os terrenos.
Quando o medo dá lugar à informação, tudo muda. A cobra-verde não é uma inimiga: é apenas um animal silvestre tentando sobreviver em um mundo cada vez mais urbanizado. Ao agir com respeito e responsabilidade, protegemos nossa casa — e a natureza ao redor dela.
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