Com incentivos, indústria do biometano salta 20% nos EUA em 2022

Em meio aos novos incentivos governamentais para o setor de transporte, a capacidade de produção de biometano cresceu cerca de 20% nos Estados Unidos em 2022 – e ultrapassou a marca dos 10 milhões de m3/dia (385 milhões de pés cúbicos por dia).

O mercado americano adicionou uma capacidade de produção do combustível renovável de 1,7 milhão de m3/dia (60 milhões de pés cúbicos por dia) no ano passado, de acordo com a Wood Mackenzie.

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Ao todo, 66 novos projetos de biometano foram anunciados nos Estados Unidos em 2022. O número de projetos dobrou nos últimos cinco anos, destaca a consultoria.

Para efeitos de comparação, o Brasil conta, hoje, com seis plantas de biometano autorizadas a operar e que produzem 195 mil m3/dia, na média do ano.

O biometano ainda representa cerca de 0,5% do mercado de gás natural nos EUA, mas a Wood Mackenzie estima que, com apoio contínuo de políticas públicas e com o desenvolvimento tecnológico, essa participação crescerá para 3% até 2050, para um total de 113,28 milhões de m3/dia (4 bilhões de pés cúbicos por dia).

Os EUA fecharam 2022 com uma capacidade instalada de 10,9 milhões de m3/dia. O Texas (1,7 milhão de m3/dia) é o estado com o maior parque instalado de produção do biocombustível.

A Wood Mackenzie cita que o setor foi estimulado, nos EUA, principalmente, pelos créditos fiscais de investimento da Lei de Redução da Inflação e programas de inserção de combustíveis de baixo carbono do programa Padrão de Combustível Renovável, da Agência de Proteção Ambiental dos Estados Unidos (EPA, na sigla em inglês).

A consultoria estima que mais da metade dessa produção é consumida por veículos movidos a gás natural.

A maior parte do biometano produzido nos EUA vem dos aterros sanitários, mas projetos que usam resíduos animais como matéria-prima estão em ascensão – bem como projetos de resíduos de alimentos e tratamento de águas residuais.

“Existem oportunidades para uma nova estrutura de políticas para impulsionar mais atividades no setor, mas também precisaremos ver esforços voluntários, principalmente do setor industrial, à medida que mais empresas se comprometem com iniciativas de baixo carbono”, escreveu a analista sênior da Wood Mackenzie, Natalia Patterson, relatório recente sobre o assunto.

“O crescimento no setor industrial teria o potencial de superar a demanda tradicional de RNG [renewable natural gas] no setor de transporte”, completou.

Redação Revista Amazônia

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