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Estudo avança na descoberta de compostos que ativam proteína essencial para a ‘reciclagem celular’

Proteína eficaz na reciclagem celular

Avanços recentes na pesquisa em química medicinal trouxeram novos insights sobre a interação entre moléculas e proteínas-alvo, um passo crucial no desenvolvimento de fármacos. Segundo um estudo publicado na revista ChemBioChem, além de encontrar moléculas eficazes, é essencial determinar se elas possuem enantiômeros, versões espelhadas que podem influenciar drasticamente sua funcionalidade.

Enantiômeros são moléculas com a mesma estrutura e o mesmo número de átomos, porém, desviam o plano da luz polarizada para lados diferentes – Fonte: Micael Cunha

A pesquisa, conduzida por cientistas da Unicamp, Unifesp, UFSCar, UFF e IFSP, explora a ativação da proteína TRPML1, presente na membrana dos lisossomos, estruturas celulares responsáveis pela autofagia, ou “reciclagem celular”. Disfunções nessa proteína estão associadas a doenças como mucolipidose, câncer e maior susceptibilidade a infecções.

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Os pesquisadores destacam que a molécula ML-SA1, conhecida por ativar a TRPML1, possui dois enantiômeros, S e R, mas apenas o enantiômero S efetivamente ativa a proteína. A separação dessas formas foi um desafio, exigindo um protocolo inédito desenvolvido com a colaboração de especialistas em cromatografia. A descoberta revela que, em estudos anteriores, a mistura dos enantiômeros pode ter prejudicado a eficácia do composto.

Apesar de promissora, a molécula ML-SA1(S) ainda apresenta limitações, como baixa estabilidade, restringindo seu uso a pesquisas. No entanto, os achados fornecem uma base valiosa para o futuro desenvolvimento de medicamentos que possam induzir a autofagia em humanos, com grande potencial terapêutico.

O estudo, financiado pela FAPESP, CNPq e Capes, destaca a importância de se entender as diferenças funcionais entre enantiômeros, lembrando casos históricos, como o da talidomida, onde a falta de tal conhecimento resultou em consequências trágicas.

Para mais detalhes, o artigo completo está disponível na ChemBioChem

Fonte: Agência FAPESP

Redação Revista Amazônia

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