A cidade de Baku, no Azerbaijão, foi o palco da 29ª Conferência das Partes da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP29), que ocorreu entre os dias 11 e 22 de novembro de 2024. Este evento teve como foco a avaliação da implementação do Acordo de Paris, com a realização do Balanço Global do Acordo, que revisa os progressos desde a COP28, realizada em Dubai no ano anterior. A COP29 também antecipou a próxima edição da conferência, que acontecerá no Brasil, em Belém (PA), em 2025, com foco na definição de novas metas de redução de emissões (NDCs), fundamentais para a contenção do aquecimento global.
No centro das discussões, a COP29 trouxe à tona o impacto vital das cooperativas brasileiras, que são protagonistas em promover soluções sustentáveis, especialmente no campo da agricultura. O Sistema OCB (Organização das Cooperativas Brasileiras) teve um papel de destaque ao compartilhar experiências de cooperativas que estão implementando práticas agrícolas inovadoras e sustentáveis, reforçando o compromisso do cooperativismo com a preservação ambiental.
A gerente de ESG da Cooxupé, Natalia Carr, apresentou as iniciativas sustentáveis da maior cooperativa de café do mundo, enfatizando a importância de apoiar pequenos produtores na adaptação a um mercado mais responsável. A Cooxupé, pioneira na certificação GCP (Global Coffee Platform), desenvolveu o protocolo “Gerações”, que assegura práticas de produção alinhadas às exigências globais de sustentabilidade.
Matheus Marino, presidente do Conselho de Administração da Coopercitrus, destacou como a cooperativa está na vanguarda da inovação tecnológica, utilizando tecnologias como drones e veículos aéreos não tripulados (UAVs) para otimizar a produção agrícola e minimizar os impactos ambientais. Com 42 mil cooperados, a Coopercitrus está presente em 70 cidades e apoia especialmente os pequenos produtores com serviços de precisão agrícola.
Eduardo Queiroz, coordenador de Relações Governamentais do Sistema OCB, sublinhou a atuação da entidade na promoção do cooperativismo nas discussões sobre mudanças climáticas. Ele destacou a preparação do Sistema OCB para a COP30, que será realizada no Brasil, e a importância do cooperativismo como motor da economia verde e de baixo carbono, essencial para alcançar um futuro mais sustentável.
O Sicredi participou de um painel sobre “Cooperativismo e Finanças Sustentáveis”, onde seu superintendente de Tesouraria, Pedro Lutz Ramos, detalhou as estratégias de financiamento de baixo carbono, destacando os mais de R$ 12 bilhões já investidos desde 2017 em créditos para energias renováveis, como a solar. Além disso, o Sicredi apoia projetos como o Programa Metano Evitado, que visa reduzir as emissões de metano na pecuária, e o Projeto Erva Mate, que promove práticas de agricultura regenerativa.
Pedro também reforçou o papel das cooperativas de crédito, que, por estarem profundamente enraizadas nas comunidades locais, têm uma capacidade única de identificar e apoiar iniciativas ambientais com impacto social positivo.
O BNDES, representado por Eduardo Pinho, especialista em produtos ESG, abordou o protagonismo das cooperativas de crédito na inclusão econômica e na democratização do acesso ao crédito, principalmente nas regiões mais carentes do Brasil. O banco tem incentivado práticas agrícolas sustentáveis por meio de linhas de financiamento como o Pronaf, que oferece crédito subsidiado para práticas agrícolas sustentáveis, e a linha Finame Baixo Carbono, voltada para a compra de equipamentos que reduzem os impactos ambientais da agricultura.
Com um orçamento de US$ 1,9 bilhão para 2024, o BNDES segue expandindo o apoio a projetos que promovem a eficiência energética e a agricultura de baixo carbono, trabalhando com cooperativas para impulsionar uma economia mais verde.
A Amazônia, um dos temas centrais da COP29, viu as cooperativas da região ganharem destaque por suas ações em promover práticas regenerativas e a bioeconomia. O BNDES tem apoiado essas iniciativas por meio de financiamentos que aliam preservação ambiental e desenvolvimento econômico, reforçando a importância do cooperativismo como um parceiro estratégico na busca por soluções que atendam tanto às necessidades locais quanto aos objetivos globais de sustentabilidade.
Na COP29, as cooperativas brasileiras não apenas se destacaram como agentes de transformação no combate às mudanças climáticas, mas também demonstraram que o cooperativismo é um modelo eficiente e inclusivo para garantir um futuro sustentável e de baixo carbono. O evento reforçou o compromisso das cooperativas com a preservação ambiental e a promoção do desenvolvimento regional, destacando o Brasil como um líder global em práticas agrícolas e financeiras sustentáveis.
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