Cidade litorânea brasileira com vista para o rio e um cais movimentado.
A COP 30 (30ª Conferência das Partes da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças do Clima), ou Conference in the Parties – sigla em inglês – será realizada no Brasil, que foi confirmado como sede da COP 30 e será em Belém – capital do Estado do Pará – entre 10 e 21 de novembro de 2025.
Belém foi escolhida para sediar o evento da cúpula climática na reunião da Organização das Nações Unidas (ONU). A decisão foi anunciada pelo Governo Federal ainda em 2023. Para o Pará a decisão é inédita, haja vista ser a primeira vez que o evento é realizado no Brasil. O governador do Estado, Helder Barbalho, assim comemorou a escolha da sede: “Privilégio do nosso País de poder sediar o mais importante evento de mudança climática de todo o Planeta”.
Como o próprio nome significa – Conferência das Partes – cada parte representa os países- membros associados, que se reúnem durante o evento, por um período de duas semanas, para avaliar a situação das mudanças climáticas no Planeta.
A primeira COP foi realizada em Berlim-Alemanha, em 1992, momento que foi assinado por 197 Países, entrando em vigor e representando um compromisso coletivo de estabilizar as concentrações de gases de efeito estufa na atmosfera. A partir desse evento, a ONU convoca todos os Países da cúpula climática para uma reunião periódica.
Além da Alemanha (1994), outros países também sediaram o importante evento, como: Suíça (1996), Japão (1997), Argentina (1998), Alemanha (1999), Holanda (2000), Marrocos (2001),
Índia (2002), Itália (2003), Buenos Aires (2004), Canadá (2005), Quênia (2006), Indonésia (2007),
Polônia (2008), Canadá (2009), México (2010), África do Sul (2011), Catar (2012), Polônia
(2013), Peru (2014), França (2015), Marrocos (2016), Alemanha (2017), Polônia (2018), Espanha
(2019), Escócia (2020), Egito (2021) e Emirados Árabes Unidos (2022).
A partir de uma série de articulações, a expectativa é esperar que representantes dos quatro pontos do Planeta possam discutir a Amazônia a partir da ótica dos brasileiros e dos amazônidas. Particularmente, será poder provocar as Nações Unidas a trazer o maior evento do mundo de discussão sobre o clima, que é a COP, para discutir in loco o conhecimento de nossa realidade com riquezas, biomas e também nossos desafios sociais. E com isso construir um futuro que concilie pessoas e floresta.
Alguns posicionamentos foram importantes, entretanto, o mais decisivo foi a reunião de 4 de janeiro/2025, do Governador Helder Barbalho com o Ministro das Relações Exteriores, chanceler Mauro Vieira, em Brasília, para reafirmar o compromisso do Consórcio Amazônia Legal em sediar uma edição da COP.
Posteriormente, o ex-Prefeito de Belém, Edmilson Rodrigues, considerou que o evento provocará importantes mudanças na capital paraense, haja vista ser a primeira vez que a Conferência do Clima será realizada no bioma amazônico, o mais importante do mundo.
Paralelamente, muitos questionamentos foram levantados sobre a sede do evento, sempre buscando a questão logística e a dimensão da cidade de Belém. Propostas de deslocamento do evento para o centro-sul e, até mesmo, seu partilhamento, representam um jogo, até certo ponto, compreensível, pois sempre partiu de outras regiões, especialmente do centro-sul.
Eis que algumas vozes regionais de posicionaram, como a do Secretário de Meio Ambiente do Amazonas, Eduardo Taveira, que questionou se o problema não seria a COP, e sim Belém? Afirmando que a partir do momento que Belém foi anunciada como sede, uma enxurrada de críticas e desconfianças sobre a capacidade da cidade em realizar o “megaevento” vem sendo feita, quase que, diariamente. Para ele, tanto Belém, como qualquer outra capital na Amazônia teria imensos desafios para realizar a COP, mas esse não deveria ser o foco principal do debate.
O Secretário ressalta que grande parte da crítica é debitada à desinformação e ao preconceito; coisas bem comuns quando temas importantes para o mundo se deslocam do eixo centro-sul do Brasil para o Norte, acrescentando, ainda: “a questão não é se Belém tem capacidade de suportar a COP e seu tamanho, mas por que a COP não cabe em cidades como Belém, Manaus, Balikpapan, Kinshasa, Iquitos e outras que sofrem diariamente os impactos das mudanças climáticas?”
Já foram realizadas mais de quinze COPs, sem ser um megaevento, mas que produziram documentos importantes, como as realizadas em Kyoto, Cancun, Durban e Katowice. Porém, depois da de Dubai, em 2023, o evento parece ter gosto de uma festa, com muita gente e pouco resultado efetivo.
A COP pode ser apresentada como os Países decidem um conjunto de soluções para a crise climática que já assola o Planet Terra. Para o secretário, todos querem resultados, e não festa! Colocando, por outro lado, a Amazônia no centro do debate, e não a agenda sequestrada por Países ricos e responsáveis por mais de 90% do total de emissões! A expectativa de todos deve girar sobre o financiamento climático e não, ao contrário, buscando culpados entre os Países pobres. As lideranças do evento devem querer menos festa e mais resultados!
Aliás todos têm que se adaptar à realidade e não vice-versa. Lembremos que, em 1989, houve em Altamira, cidade localizada as margens da Volta Grande do Rio Xingu, no Estado do Pará. um evento contra a construção da Hidrelétrica de Belo Monte.
A cidade mesmo com parcos apoios logísticos pode realizar o evento, até mesmo com a presença do cantor inglês Sting. E tudo se amoldou aos fatos, sem problema nenhum. Hoje, 36 anos após, com certeza, Belém superará todos os desafios e estará apta a sediar o propalado evento. Agora temos que ser rígidos ao retorno que a COP 30 trará aos amazônidas, aos brasileiros e ao mundo, certo de que se busca um planeta mais justo e sustentável, dentro do que prescreve os ditames da ESG.
Geólogo Alberto Rogério Benedito da Silva
rogerio@arbsconsultoria.com
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