COP 30

Belém finaliza 98% das obras e se prepara para receber a COP30

A cidade de Belém (PA) está prestes a viver um dos momentos mais emblemáticos de sua história recente. A menos de um mês do início da 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP30), quase todas as obras planejadas para o evento estão concluídas. Segundo o governador do Pará, Helder Barbalho, 98% das intervenções previstas já foram entregues — um marco de organização e investimento que transforma a capital paraense em vitrine da transição ecológica brasileira.

Com cerca de R$ 5 bilhões em investimentos, o projeto de preparação envolveu desde requalificação urbana e mobilidade até saneamento básico e recuperação ambiental. As intervenções foram coordenadas pelo Governo do Estado do Pará, em parceria com o Governo Federal, com foco na melhoria da infraestrutura urbana e na criação de espaços sustentáveis para receber delegações, líderes globais e representantes da sociedade civil de 196 países.

Uma cidade em transformação

Entre as obras mais emblemáticas está a nova Estação de Tratamento de Esgoto, considerada a maior já inaugurada em Belém. A estrutura beneficia dez bairros da capital, reduzindo o lançamento de resíduos nos igarapés e melhorando significativamente a qualidade da água e do saneamento urbano — um legado ambiental direto da COP30.

Outros avanços incluem a revitalização da área portuária, a conclusão de quatro canais de macrodrenagem e a entrega do espaço que abrigará a Zona Azul e a Zona Verde, onde ocorrerão os debates e exposições oficiais da conferência. Esses locais foram pensados para simbolizar o diálogo entre o global e o local — de um lado, as negociações entre governos; de outro, as experiências da sociedade civil, comunidades e movimentos sociais.

O governador destaca ainda que, na próxima semana, será inaugurado o novo sistema BRT, com 8 quilômetros de corredores exclusivos, ampliando as opções de mobilidade urbana sustentável. Além disso, o novo Aeroporto Internacional de Belém deve entrar em operação até o início da conferência, facilitando o acesso de participantes de todo o mundo.

Fabiola Sinimbú/Agência Brasil

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Infraestrutura verde e legado social

A preparação da cidade não se resume às obras de grande porte. O projeto de infraestrutura para a COP30 integra ações de requalificação ambiental e inclusão social. A meta é deixar um legado duradouro para a população local, com melhoria na mobilidade, saneamento e áreas de convivência.

Essas transformações estão alinhadas com os princípios defendidos pelo Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA), que coordena nacionalmente a participação brasileira na conferência. O evento em Belém é visto como um símbolo da tentativa de integrar a pauta climática à política de desenvolvimento regional, promovendo o equilíbrio entre economia, floresta e população.

Expectativas globais

Até o momento, mais de 57 mil pessoas estão inscritas para participar da COP30, um número que evidencia o interesse internacional pelo evento sediado na Amazônia. A conferência reunirá líderes mundiais, cientistas, representantes de comunidades tradicionais e organizações internacionais, todos em busca de soluções para enfrentar a crise climática global.

Para Helder Barbalho, sediar a COP30 em Belém é mais do que um desafio logístico: é um reconhecimento da Amazônia como protagonista da agenda ambiental mundial. “A COP em Belém é uma oportunidade histórica para mostrar que o desenvolvimento da Amazônia pode ser sustentável, inclusivo e justo”, afirmou o governador.

Com as obras praticamente concluídas e a infraestrutura pronta para receber o mundo, Belém se prepara para ser não apenas palco, mas símbolo da mudança. A cidade amazônica, antes marcada por desafios estruturais, agora se apresenta como espaço de diálogo global sobre o futuro do planeta — uma vitrine da capacidade brasileira de aliar crescimento, justiça social e compromisso ambiental.

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