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COP30 e o Cooperativismo Um protagonista na luta pelo desenvolvimento sustentável

Entre os dias 10 e 21 de novembro de 2025, a cidade de Belém, no Pará, será palco da COP30, a mais importante conferência global sobre mudanças climáticas. O evento reunirá líderes mundiais, especialistas e representantes de diversos setores para discutir estratégias para a preservação ambiental, a transição para energias renováveis e o combate ao desmatamento.

Neste cenário, o cooperativismo brasileiro emerge como um dos protagonistas na busca por soluções sustentáveis. O modelo cooperativo, que une pessoas e recursos em prol de objetivos comuns, já se mostra uma alternativa viável para equilibrar desenvolvimento econômico, inclusão social e preservação ambiental. Durante a COP30, as cooperativas terão a oportunidade de demonstrar ao mundo como podem contribuir para um futuro mais verde e sustentável.

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O Cooperativismo Como Solução para os Desafios Climáticos

O Sistema OCB (Organização das Cooperativas Brasileiras) marcará presença na conferência para reforçar o compromisso do setor com a sustentabilidade e destacar exemplos práticos de inovação e responsabilidade ambiental. O objetivo é demonstrar que o cooperativismo não apenas gera desenvolvimento econômico, mas também pode ser um agente transformador na luta contra as mudanças climáticas.

Para Márcio Lopes de Freitas, presidente do Sistema OCB, o compromisso do cooperativismo com o meio ambiente precisa ser evidenciado e ampliado.

“O mundo enfrenta desafios ambientais cada vez maiores, e o cooperativismo tem a responsabilidade e a oportunidade de reduzir impactos negativos e conscientizar a sociedade sobre a importância de cada um fazer a sua parte”, afirma.

A COP30 será realizada no mesmo ano em que a ONU declarou 2025 como o Ano Internacional das Cooperativas, reforçando ainda mais a importância do setor como um modelo econômico sustentável, inclusivo e inovador.

ESGCoop e o Engajamento Cooperativo

Para fortalecer ainda mais o vínculo entre sustentabilidade e cooperativismo, o Sistema OCB desenvolveu o ESGCoop, um programa estruturado para ajudar as cooperativas a adotarem práticas sustentáveis e alinharem suas estratégias ao conceito ESG (Environmental, Social and Governance).

O programa atua em cinco frentes principais:

  1. Mapeamento de boas práticas já adotadas pelas cooperativas.
  2. Capacitação de lideranças e cooperados para a implementação de estratégias sustentáveis.
  3. Análises de materialidade para identificar temas prioritários em cada segmento cooperativo.
  4. Criação de planos de ação voltados para a redução de impactos ambientais.
  5. Fortalecimento da comunicação sobre os impactos positivos do cooperativismo na sustentabilidade.

Segundo Débora Ingrisano, gerente de Desenvolvimento de Cooperativas do Sistema OCB, mais de 2 mil lideranças já foram capacitadas em sustentabilidade através do ESGCoop.

“Apoiamos as cooperativas na identificação e priorização de temas estratégicos para a construção de um futuro sustentável, tanto para os negócios quanto para a sociedade”, explica.

As Iniciativas do Cooperativismo para a COP30

Para garantir que o cooperativismo seja um destaque global na COP30, diversas iniciativas estão sendo planejadas:

  • Manifesto do Cooperativismo – Um documento que reunirá os compromissos e ações do setor em relação à sustentabilidade.
  • Campanhas e press trips internacionais – Divulgação de casos de sucesso do cooperativismo brasileiro na adoção de práticas ambientais.
  • 3ª edição da Imersão Pré-COP30 – Um evento que conectará órgãos nacionais e internacionais às boas práticas cooperativas, promovendo uma vivência prática do impacto socioambiental do setor.
  • Solução de Neutralidade de Carbono – Um inventário para mensurar e reduzir as emissões de carbono das cooperativas, permitindo a adoção de medidas concretas de mitigação e, futuramente, a obtenção de incentivos financeiros por serviços ambientais.

Segundo Clara Maffia, gerente de Relações Institucionais do Sistema OCB, a imersão será um momento crucial para demonstrar, na prática, o impacto do cooperativismo no meio ambiente e na economia sustentável.

“A imersão proporcionará a representantes governamentais e entidades internacionais uma experiência direta com cooperativas que trabalham com desenvolvimento sustentável, demonstrando sua capacidade de transformação e inovação”, explica.

O Cooperativismo Paraense e a Sustentabilidade Amazônica

A escolha de Belém como sede da COP30 reforça a importância da Amazônia no debate ambiental global. Com um território vasto e culturalmente diverso, as cooperativas paraenses têm um papel fundamental na preservação do bioma e na inclusão social.

Atuando em setores como agropecuária, extrativismo sustentável, produção de bioeconomia e energias renováveis, o cooperativismo no Pará já é um exemplo de como a economia pode coexistir com a conservação da floresta. A COP30 será uma oportunidade para que essas cooperativas demonstrem ao mundo seu potencial como referência na sociobioeconomia e no enfrentamento das mudanças climáticas.

 

O Sistema OCB convida todas as cooperativas a intensificarem suas ações sustentáveis, compartilharem suas iniciativas e se engajarem em eventos que promovam a sustentabilidade como parte essencial do modelo de negócios cooperativo.

A COP30 será um marco para o cooperativismo brasileiro, mostrando que o setor é parte da solução para os desafios ambientais e sociais do planeta. O objetivo é demonstrar ao mundo que desenvolvimento econômico e preservação ambiental podem caminhar juntos, e que o cooperativismo é um modelo eficaz para essa transição.

Com uma agenda forte e compromissos concretos, o cooperativismo brasileiro chega à COP30 como um dos protagonistas na construção de um futuro mais justo, verde e sustentável.

Redação Revista Amazônia

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