A COP30 será um marco na história das conferências climáticas. Pela primeira vez, o evento não acontecerá em um centro urbano tradicional, mas no coração da maior floresta tropical do planeta: a Amazônia. Mais do que um cenário para discursos e negociações, Belém será o ponto de encontro entre o mundo e aqueles que vivem a realidade da floresta todos os dias.
Nos últimos meses, o debate sobre infraestrutura, hospedagem e transporte tem dominado as manchetes. Sim, garantir conforto e logística para os participantes é essencial, mas reduzir a COP30 a uma discussão sobre leitos de hotéis e voos disponíveis é perder a verdadeira essência deste encontro. A conferência na Amazônia não é apenas um desafio organizacional, mas uma oportunidade única de discutir o meio ambiente onde ele realmente importa: com quem protege e depende da floresta.
Por décadas, debates sobre mudanças climáticas foram conduzidos longe dos territórios mais afetados por elas. A COP30 rompe essa barreira, trazendo chefes de Estado, cientistas e investidores diretamente para a realidade amazônica. Aqui, o desmatamento não é um gráfico, mas uma ferida aberta. A crise hídrica não é uma previsão, mas um problema diário. O impacto das mudanças climáticas não é um relatório, mas uma ameaça constante às comunidades ribeirinhas, indígenas e quilombolas.
A COP30 precisa ser a conferência da floresta. O Brasil tem uma oportunidade única de mudar a narrativa global: a Amazônia não pode ser vista apenas como um sumidouro de carbono, mas como uma potência ambiental que precisa ser gerida por aqueles que conhecem seus ciclos, sua biodiversidade e sua cultura.
Muito se fala em preservar a floresta, mas pouco se escuta quem a habita. A COP30 precisa garantir que as populações indígenas, quilombolas e comunidades extrativistas sejam protagonistas desse debate. São essas pessoas que vivem a floresta de forma sustentável há séculos e que, muitas vezes, enfrentam ameaças para protegê-la. Se o mundo quer soluções eficazes para a crise climática, elas devem ser construídas com quem já pratica a preservação no dia a dia.
A Amazônia não pode ser apenas um palco para acordos climáticos entre grandes potências. Ela deve ser a origem das soluções. Manejo sustentável, bioeconomia, conservação e financiamento para comunidades tradicionais precisam estar no centro das discussões. Se o evento for apenas mais uma reunião de líderes falando sobre a floresta sem falar com a floresta, terá sido uma oportunidade desperdiçada.
Enquanto os céticos tentam reduzir a COP30 a um problema logístico, Belém avança para garantir que o evento seja um sucesso. Obras de infraestrutura, melhoria no saneamento e ampliação da rede hoteleira fazem parte da preparação, mas a verdadeira riqueza da cidade está na sua hospitalidade. Os visitantes serão acolhidos com a mesma generosidade que marca a cultura paraense, com sua culinária vibrante, sua diversidade cultural e o calor humano de quem sabe receber.
A COP30 será um evento histórico porque, finalmente, os debates climáticos acontecerão no lugar certo: dentro da floresta, com aqueles que são parte dela. E fiquem tranquilos: todos serão muito bem recebidos em Belém do Pará.
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