Ver uma coruja em plena luz do dia pode parecer inusitado, até mesmo simbólico. Para muitos, esse encontro desperta curiosidade, interpretações espirituais e dúvidas sobre a saúde do animal. Mas o que significa, de fato, quando uma coruja aparece durante o dia? A resposta está tanto no comportamento natural da espécie quanto no ambiente em que ela vive — e há muito mais por trás disso do que se imagina.
Elas fazem parte de um grupo de aves conhecido como “rapinantes noturnas”, ou seja, elas são predadoras ativas principalmente ao anoitecer e durante a madrugada. Isso acontece porque seus olhos são extremamente sensíveis à luz fraca, permitindo que vejam muito bem no escuro, ao contrário da maioria das aves diurnas. Além disso, suas penas possuem uma estrutura especial que permite um voo silencioso, ideal para surpreender suas presas.
Por essas características, o comportamento mais comum da ave é repousar durante o dia, camuflada entre as árvores ou estruturas, e sair para caçar à noite. No entanto, isso não é uma regra absoluta.
Apesar de serem majoritariamente noturnas, algumas espécies de corujas podem ser vistas ativas em horários diurnos por diversos motivos. A primeira possibilidade é que ela esteja em busca de alimento em um ambiente onde a competição noturna é intensa. Isso ocorre em áreas urbanas ou degradadas, onde a presença de outras espécies predadoras obriga a coruja a se adaptar.
Outra razão comum é a proteção do ninho. Algumas corujas, como a coruja-buraqueira (Athene cunicularia), são mais ativas durante o dia especialmente quando estão cuidando de filhotes. Nesses casos, o comportamento diurno é perfeitamente natural e não indica nenhum problema.
Em situações mais raras, uma ave visivelmente desorientada ou com movimentos lentos durante o dia pode estar doente, ferida ou intoxicada. Nesses casos, observar outros sinais, como dificuldade de voo ou postura anormal, é importante para decidir se o animal precisa de ajuda.
Culturalmente, a aparição de uma coruja durante o dia costuma carregar significados simbólicos profundos. Em muitas tradições indígenas e místicas, a coruja representa sabedoria, introspecção e revelações ocultas. Quando aparece em plena luz do dia, esse simbolismo se intensifica como um “aviso” ou sinal de que algo importante está sendo revelado — ou que é preciso observar com mais atenção o que está ao nosso redor.
No entanto, é importante lembrar que interpretações espirituais variam conforme a cultura e o contexto. Em algumas regiões do interior do Brasil, por exemplo, ainda se associa a coruja à morte ou à má sorte. Essa crença vem de um passado onde o canto noturno do animal assustava moradores e era mal interpretado. Já na mitologia grega, a coruja era o símbolo de Atena, deusa da sabedoria — visão oposta e mais positiva.
Se a coruja parecer saudável, ativa, voando normalmente e reagindo ao ambiente, não há motivo para alarme. Ela pode simplesmente estar se adaptando ao espaço urbano ou buscando alimento. O problema surge quando ela não tenta fugir da aproximação humana, fica muito tempo no solo ou apresenta sinais visíveis de ferimentos.
Nesses casos, a orientação é não tentar capturá-la, mas sim entrar em contato com centros de reabilitação de aves silvestres ou com o órgão ambiental da sua cidade. Muitos estados brasileiros possuem redes de resgate que atuam com profissionais capacitados.
Com o crescimento das cidades e a perda de habitats naturais, algumas espécies de corujas têm se adaptado à vida urbana. É cada vez mais comum encontrá-las em praças, quintais e até mesmo em telhados de prédios. Essa proximidade revela a importância de manter ambientes verdes, controlar o uso de venenos (que contaminam as presas das corujas) e respeitar a presença dessas aves tão essenciais ao equilíbrio ecológico.
Elas ajudam no controle populacional de roedores e insetos, atuando como verdadeiras aliadas da saúde pública. Portanto, ao ver uma coruja durante o dia, o melhor a fazer é observar com respeito e, se necessário, acionar ajuda — mas sem medo ou superstições.
Sua presença em plena luz do dia pode ser rara, mas é, acima de tudo, uma chance única de observar um animal fascinante sob outra perspectiva. Seja como sinal de adaptação, de defesa ou como símbolo espiritual, o encontro convida à reflexão. Talvez a ave esteja ali para ensinar algo, silenciosa, atenta e misteriosa como sempre foi.
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