Imagem criada com IA
No silêncio da noite, um som grave ecoa do telhado e, ao olhar para cima, lá está ela: uma coruja. Esse encontro pode despertar curiosidade, encanto ou até certo receio. No imaginário popular, a presença da coruja é cercada de simbolismos — alguns positivos, outros nem tanto. Mas será que ela representa mesmo um mau presságio? E, mais importante, existe algum risco real ao avistar uma coruja por perto?
A coruja é um animal repleto de significados em diversas culturas. No geral, ela está associada à sabedoria, à intuição e ao mistério. No entanto, no Brasil e em países latino-americanos, ainda persiste a crença de que sua presença pode indicar a morte ou algo ruim prestes a acontecer. Essa ideia, no entanto, não passa de superstição popular.
Do ponto de vista espiritual, muitas correntes veem a coruja como um símbolo de proteção contra falsidades e enganos. Ela enxerga no escuro e enxerga longe — qualidades que, metaforicamente, sugerem a capacidade de perceber o que está oculto. Por isso, se ela aparece no seu telhado, talvez o universo esteja apenas mandando um sinal para que você fique mais atento às situações ao redor.
Apesar dos mitos, a coruja não representa nenhum perigo para as pessoas. Ela não ataca humanos e, ao contrário do que muitos pensam, não está ali para “avisar” nada de negativo. A maioria das espécies que vivem no meio urbano — como a coruja-buraqueira e a suindara — apenas procuram locais altos, seguros e silenciosos para caçar ou descansar.
O que pode acontecer, em alguns casos, é a coruja se sentir ameaçada por movimentações bruscas ou luzes fortes, o que a faz emitir sons altos, bater asas ou voar para locais mais protegidos. Isso pode parecer “agressivo”, mas é uma forma de defesa, não de ataque.
Telhados são locais elevados e oferecem uma ampla visão do ambiente. Para uma coruja caçadora noturna, esse é o ponto de observação ideal. De lá, ela consegue visualizar pequenos roedores e insetos, que são sua principal fonte de alimento. Além disso, a altura também protege o animal de predadores terrestres.
Em áreas urbanas, onde árvores grandes e ocos são escassos, os telhados acabam sendo substitutos naturais. A telha quente ainda oferece abrigo térmico, especialmente em noites mais frias.
Se a presença da coruja incomoda — seja por causa de seus sons ou pelo susto que causa — há formas gentis de desestimulá-la a permanecer ali. O ideal é nunca espantar com violência ou tentar capturar o animal, pois ele é protegido por lei no Brasil (Lei de Crimes Ambientais, nº 9.605/1998).
Veja algumas formas seguras e eficazes para afugentar a coruja do telhado:
Ilumine a área com lâmpadas de presença: como animais noturnos, corujas evitam locais iluminados.
Remova fontes de alimento: roedores, insetos e restos de comida atraem a coruja. Mantenha a limpeza.
Use objetos reflexivos: CDs pendurados ou fitas metálicas podem causar desconforto visual e espantar.
Evite fazer ninhos artificiais sem saber: estruturas como caixas d’água ou forros acessíveis podem atrair corujas buscando abrigo.
É importante lembrar que a ave, além de não oferecer risco, cumpre um papel essencial no equilíbrio do ecossistema urbano. Ela controla populações de ratos e baratas naturalmente, sem a necessidade de venenos. Por isso, nunca tente:
Jogar objetos para espantar
Gritar ou usar sons altos propositalmente
Prender, capturar ou enjaular
Subir no telhado para “tirar” o animal
Essas atitudes, além de ilegais, podem ferir a ave e causar estresse desnecessário.
Caso a coruja esteja ferida, pareça desorientada ou tenha feito ninho em um local de risco (como forros elétricos ou áreas de convivência humana), o mais indicado é acionar órgãos ambientais da sua região. Em centros urbanos, a Guarda Municipal Ambiental ou a Secretaria de Meio Ambiente costuma oferecer esse suporte. Também é possível contatar ONGs que atuam no resgate de animais silvestres.
O resgate deve sempre ser feito por profissionais habilitados, com equipamentos adequados. Além de evitar acidentes, garante a saúde da ave e sua reintegração ao ambiente natural.
Ver uma delas no telhado pode ser uma experiência fascinante — um lembrete de que a natureza continua viva mesmo entre muros e concreto. Ao invés de medo, a visita dessa ave misteriosa pode ser encarada como convite à observação e ao respeito à fauna urbana. Afinal, se ela escolheu seu telhado, é sinal de que ali ainda existe algo de natural no meio da cidade.
Leia também – 8 curiosidades sobre o tamanduá-bandeira que você não sabia
Em uma das regiões mais emblemáticas do planeta para a luta contra as mudanças climáticas,…
As florestas cobrem 31% da superfície terrestre do planeta e são cruciais para o bem-estar…
Uma pesquisa realizada pela consultoria Nexus, em parceria com o Movimento União BR, revelou que…
A poucos meses da realização da COP30, que acontece em Belém (PA), uma nova pesquisa…
O Universidade Estadual Paulista (Unesp) analisou 6.910 touros Nelore e identificou vias biológicas ligadas à…
Nas profundezas da Amazônia brasileira, onde o acesso à água potável ainda é um privilégio…
This website uses cookies.