Categories: Meio Ambiente

Normatização Global de Bioplásticos: Um Desafio Sustentável

Uma revisão da literatura sobre bioplásticos, realizada por pesquisadores da USP e UFRJ, aponta que a falta de padronização global tem dificultado a adoção de soluções

sustentáveis e contribuído para o greenwashing – prática que promove enganosamente produtos como ecológicos. O estudo foi publicado no periódico
Sustainability.
Publicidade

A pesquisa, conduzida por uma equipe interdisciplinar de especialistas em engenharia, economia e direito, destaca o papel crucial de instituições como a
ABNT, Inmetro e a ISO na normatização desse mercado, promovendo uma transição para a economia circular.

Confusão Conceitual: Bioplástico, Biodegradável e Compostável

A falta de definições claras sobre termos como “bioplástico”, “bio-based”, “biodegradável” e “compostável” confunde consumidores e dificulta a regulamentação.
Materiais como o ácido poliláctico (PLA), mesmo rotulados como biodegradáveis, necessitam de condições específicas para decomposição, sendo ineficazes em ambientes naturais.

“O prefixo ‘bio’ pode induzir o consumidor a acreditar que está comprando algo que degrada rapidamente, o que nem sempre é verdade”, explica Maria Teresa Freire, professora da USP e coautora do estudo.

Impactos Ambientais e Produção de Microplásticos

Estudos revelam que mesmo materiais biodegradáveis podem produzir microplásticos durante a degradação, além de gerar metano na compostagem, agravando o aquecimento global.
“A diversidade de combinações de biopolímeros exige uma análise cuidadosa de seus impactos ambientais”, destaca Vivian Lara Silva, primeira autora do artigo.

O Papel das Instituições Intermediárias

O estudo sugere que instituições intermediárias devem estabelecer normas claras e monitorar seu cumprimento, promovendo transparência e proteção ao consumidor.
Segundo Vitor de Batista, coautor da pesquisa, a ausência de definições oficiais dificulta inovações e regulamentações no setor.

Agroecologia: Uma alternativa sustentável para a agricultura familiar e o meio ambiente

Falta de padrões e regulação clara dificultam  soluções sustentáveis para os bioplásticos

Iniciativas como o Centro de Ciência para o Desenvolvimento de Soluções para os Resíduos Pós-Consumo buscam integrar governo, empresas e
universidades na criação de soluções sustentáveis.

Educação Ambiental e Consumo Consciente

Para além da regulamentação, o artigo enfatiza a importância da educação ambiental. “Não é possível eliminar completamente o uso de plásticos, mas podemos reduzir o consumo excessivo e investir em materiais
mais sustentáveis”, afirma Silva.

A harmonização de definições e a disseminação de uma linguagem clara entre especialistas, indústria e sociedade são passos essenciais para enfrentar os desafios ambientais globais.

Para mais detalhes, acesse o artigo completo no periódico Sustainability.
Continue acompanhando a Revista Amazônia para atualizações sobre sustentabilidade e inovações tecnológicas.

 

Redação Revista Amazônia

Published by
Redação Revista Amazônia

Recent Posts

Mineração sustentável impulsiona Amazônia, destaca IBRAM em seminário da COP 30

Como conciliar desenvolvimento econômico, preservação ambiental e qualidade de vida na Amazônia? A resposta pode…

9 horas ago

Embrapa leva inovação ao Matopiba na Agrobalsas 2025

Imagine uma região onde o agronegócio floresce com sustentabilidade, tecnologia de ponta e inclusão social.…

11 horas ago

Hydro Alunorte: Negligência Ambiental Ameaçando a Amazônia

Rios contaminados, comunidades desamparadas e um ecossistema em risco. Em Barcarena, Pará, a Hydro Alunorte,…

12 horas ago

Pan-Amazônia em Rede: Fórum de Inovação e Investimentos na Bioeconomia promove conexões para uma Amazônia viva e sustentável

A Rede Pan-Amazônica pela Bioeconomia realiza, de 12 a 22 de maio, o evento Pan-Amazônia…

14 horas ago

Amazôniatec e a economia circular que transforma a Amazônia

  Em meio à floresta amazônica, onde a vida pulsa em cada folha, uma revolução…

14 horas ago

Estudantes francesas vivenciando e imergindo na realidade local, desenvolvem modelos de negócios sustentáveis, com recursos amazônicos

Três estudantes francesas, Juliette Marty, Soline Urvoy de Portzamparc e Audrey Kieny, alunas de administração…

15 horas ago