No coração da Amazônia, onde o aroma de açaí fresco se mistura ao som dos barcos no rio Guamá, Belém se prepara para um momento histórico: a 30ª Conferência das Partes da ONU sobre Mudanças Climáticas (COP30), marcada para 10 a 21 de novembro de 2025. A capital do Pará, com suas cores vibrantes, mercados pulsantes e manguezais que sussurram histórias, está pronta para receber mais de 60.000 visitantes de 193 países.
Mas como uma cidade tão rica em cultura enfrenta o desafio de sediar um evento global? Esta notícia humanizada mergulha nos preparativos COP30 Belém, revelando investimentos em infraestrutura, o papel da sociedade civil, o impacto no turismo e empregos, além dos obstáculos e oportunidades que transformarão a cidade em uma vitrine para o mundo.
Os preparativos COP30 Belém envolvem governo federal, estadual, municipal, iniciativa privada e, acima de tudo, a população local. Com obras bilionárias, capacitações e um foco em sustentabilidade, a cidade está se transformando para receber chefes de estado, cientistas e ativistas, enquanto deixa um legado para seus moradores. Vamos explorar como Belém está se preparando para esse marco.
Belém está recebendo um investimento de R$ 4,7 bilhões para se preparar para a COP30, com recursos do Orçamento Geral da União, BNDES e Itaipu Binacional. Mais de 30 projetos estruturais estão em andamento, focando em mobilidade, saneamento, energia renovável e espaços públicos. Segundo o governo federal, essas obras não são apenas para o evento, mas para melhorar a qualidade de vida dos 1,5 milhão de habitantes da cidade.
A iniciativa privada é peça-chave nos preparativos. A mineradora Vale, por meio do programa Estrutura Pará, investe em projetos como o Parque da Cidade e o Porto Futuro II. “Estamos comprometidos em deixar um legado de sustentabilidade e valorizar a cultura local”, diz Alexandre D’Ambrosio, vice-presidente da Vale. Esses investimentos, aliados a parcerias com empresas de tecnologia e turismo, estão modernizando Belém.
O setor hoteleiro enfrenta a pressão de acomodar 60.000 visitantes com apenas 18.000 leitos disponíveis atualmente. Para suprir a demanda, o governo federal destinou R$ 100 milhões do Fungetur para reformar hotéis e treinar equipes. Dois hotéis cinco estrelas estão em construção na área portuária, e a Vila dos Líderes, com 500 quartos de alto padrão, será convertida em um centro administrativo estadual pós-evento. Plataformas como Airbnb expandiram a oferta de imóveis de 700 para 25.000, incentivando moradores como João, do bairro Umarizal, a alugar suas casas. “Vou receber turistas e mostrar o que é Belém de verdade”, diz ele, animado.
Hotéis flutuantes e cruzeiros ancorados no porto do rio Guamá complementam a estratégia, trazendo uma solução criativa para a escassez de leitos. Essas iniciativas mostram que Belém está se reinventando para ser uma anfitriã à altura da COP30.
A sociedade civil de Belém está no centro dos preparativos, trazendo paixão e compromisso. O Fórum de Mudanças Climáticas de Belém, criado em 2023, reúne moradores, ONGs e lideranças comunitárias para discutir resiliência climática. Projetos como o NBCities, em parceria com o ICLEI, mapeiam riscos climáticos com a participação popular, garantindo que a COP30 seja inclusiva. “Queremos que as vozes da Amazônia sejam ouvidas”, diz Christiane Ferreira, Secretária Municipal de Meio Ambiente.
Comunidades indígenas, como os Kayapó e Munduruku, têm um papel protagonista. “A COP30 é nossa chance de mostrar como protegemos a floresta há séculos”, afirma Cacique Ana, líder Kayapó. Oficinas de capacitação em inglês, espanhol e hospitalidade estão transformando vidas. Mariana, 22 anos, do bairro Guamá, agora trabalha como guia turística após um curso do governo. “A COP30 me deu uma profissão e orgulho de ser paraense”, conta. Iniciativas como essas, apoiadas pelo WWF, preparam Belém para brilhar no cenário global.
A COP30 não será apenas sobre clima – será uma celebração da cultura paraense. O Círio de Nazaré, maior procissão religiosa do Brasil, realizada em outubro, servirá como um “esquenta” para a conferência. Em 2025, a organização do Círio planeja integrar mensagens de sustentabilidade, com exposições sobre a Amazônia no Museu do Círio. “Vamos mostrar que nossa fé e nosso respeito pela floresta caminham juntos”, diz Ana Clara, voluntária do evento. Essa conexão cultural reforça a identidade de Belém como anfitriã única.
Artesãos, músicos de carimbó e chefs locais também estão se preparando. No Mercado São Brás, Dona Lúcia vende biojoias feitas de sementes de açaí, enquanto o grupo de carimbó Raízes do Mangue ensaia apresentações para delegações internacionais. Esses esforços mostram que a COP30 será um palco para a cultura paraense brilhar.
A COP30 já transforma a economia de Belém. O turismo cresceu 100% no primeiro semestre de 2024, segundo o Ministério do Turismo, e a expectativa é de um impacto ainda maior em 2025. A cidade espera receber 70.000 turistas adicionais, gerando 15.000 empregos diretos e 40.000 indiretos em setores como hotelaria, transporte, gastronomia e artesanato. “Belém está no radar global”, celebra Aldo Valentim, do Ministério do Turismo.
Belém enfrenta desafios significativos. O saneamento básico, com apenas 13% da população conectada à rede de esgoto, é uma prioridade urgente. Obras como a Bacia do Tucunduba avançam, mas especialistas alertam para a necessidade de conclusão antes de novembro de 2025. “Não queremos obras inacabadas ou legados vazios”, diz um relatório da Nature.
As mudanças climáticas também desafiam Belém. Um estudo da Woodwell Climate prevê temperaturas “úmidas” extremas e risco de inundações, exigindo obras de adaptação, como barreiras fluviais. Esses desafios, porém, são vistos como oportunidades para investir em resiliência climática.
A segurança da COP30 segue o modelo de grandes eventos, como a Rio-2016, com integração de forças federais, estaduais e municipais. A Marinha reforçará operações fluviais, e a cibersegurança protegerá comunicações com padrões internacionais. “Belém será um espaço seguro e democrático”, garante Nilza de Oliveira, coordenadora de segurança.
A sustentabilidade é o cerne do evento. A COP30 usará energia renovável, reciclagem total e compensação de carbono, com consultorias para minimizar impactos. “Queremos inspirar o mundo com uma COP verde”, diz Valter Correia.
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