Uma descoberta científica promissora, detalhada em recente publicação no Journal of Medicinal Chemistry, revela o desenvolvimento de uma molécula inovadora que tem o potencial de transformar a abordagem terapêutica do câncer. A pesquisa, divulgada ontem, destaca uma molécula capaz de inibir a proteína VRK1, que desempenha um papel crucial na manutenção da integridade do DNA e na proliferação de células cancerígenas, incluindo aquelas associadas ao câncer de mama, próstata, ovário, intestinos e gliomas cerebrais.
Esta molécula representa uma ferramenta valiosa para a investigação dos efeitos da inibição da VRK1, tanto em células saudáveis quanto em células cancerosas, e reforça o potencial da VRK1 como um alvo terapêutico viável para o tratamento de vários tipos de câncer. O estudo abre caminho para o desenvolvimento de novas estratégias de tratamento.
A pesquisa foi conduzida por uma equipe de especialistas do Centro de Química Medicinal da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e do Aché Laboratórios Farmacêuticos, com a colaboração de cientistas do Brasil, Reino Unido, Suécia, Alemanha e Estados Unidos. O estudo é o resultado de cinco anos de pesquisa intensiva focada na proteína VRK1, que é fundamental na proliferação de certos tipos de câncer.
As células tumorais, caracterizadas por mutações que aceleram sua multiplicação e acumulam erros genômicos, dependem da VRK1, uma quinase que ajuda a detectar e corrigir danos no DNA, permitindo a continuidade da proliferação celular. A inibição da VRK1 impede a reparação desses erros, resultando na morte das células cancerosas, que normalmente produzem essa quinase em excesso.
Rafael Couñago, pesquisador do CQMED e um dos autores do estudo, explica: “Nossos resultados demonstram que, ao inibir a VRK1, as células não conseguem reparar os danos acumulados e acabam morrendo devido à grande quantidade de erros.”
A molécula inibidora, um derivado da diidropteridinona, foi inicialmente descoberta pela equipe do CQMED e posteriormente aprimorada pelos cientistas do Aché. Os ensaios realizados confirmaram a eficácia da molécula na inibição da VRK1 em um contexto celular.
Hatylas Azevedo, diretor de P&D do Aché e coautor do estudo, destaca: “É a primeira vez que uma molécula com tamanha potência e seletividade na inibição da VRK1 é descrita e caracterizada em ambiente celular.”
O projeto seguiu os princípios da ciência aberta, apoiados pelo Structural Genomics Consortium e financiados pelo programa Parceria para Inovação Tecnológica e pelo Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia. Atualmente, faz parte dos projetos da Unidade CQMED Embrapii.
Couñago ressalta a natureza colaborativa do trabalho, que contou com parcerias internacionais, universidades e a indústria farmacêutica brasileira. Azevedo complementa que os resultados, embora ainda preliminares, podem servir como base para futuras investigações sobre o papel da VRK1 no câncer e para o desenvolvimento de novos medicamentos.
Apesar do otimismo, mais testes são necessários antes de considerar a molécula como um novo medicamento contra o câncer. No genoma humano, existem aproximadamente 530 quinases conhecidas, mas apenas 80 são bem compreendidas. O desenvolvimento de inibidores seletivos é essencial para avançar no conhecimento dessas enzimas e suas funções.
Para mais informações, o artigo completo está disponível para consulta online.
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