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Desmatamento na Amazônia cai 30,6% em um ano, aponta Inpe

 

O desmatamento na Amazônia Legal, entre agosto de 2023 e julho de 2024, atingiu 6.288 quilômetros quadrados (km²), representando uma redução de 30,6% em comparação ao ano anterior, conforme informou o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) nesta quarta-feira (6).

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Dados do monitoramento de desmatamento na Amazônia Legal

Captura de tela 2024 11 07 113932Captura de tela 2024 11 07 113932Esses dados são provenientes do Projeto de Monitoramento do Desmatamento na Amazônia Legal por Satélite (Prodes), sistema mantido pelo Inpe que realiza uma avaliação anual da perda florestal nos nove estados que compõem a Amazônia Legal.

Este resultado indica a menor taxa de desmatamento percentual em 15 anos, segundo o Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA). Em termos de área desmatada, o valor atual é o menor registrado desde 2015, quando foram contabilizados 6.207 km².

O monitoramento do Prodes é realizado no período de agosto de um ano até julho do ano seguinte, durante as estações mais secas da floresta, sendo considerado pelos cientistas como a avaliação mais confiável. A detecção por satélite alcança precisão de 10 metros para desmatamento raso e degradação progressiva, como incêndios.

“Obtivemos resultados importantes no ano passado, e novamente neste ano, um resultado altamente significativo”, destacou Marina Silva, ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, ao anunciar os resultados à imprensa no Palácio do Planalto. A ministra ressaltou que, nos últimos dois anos, a redução do desmatamento na Amazônia foi de 45%.

“Essa é uma contribuição para nós mesmos e para o mundo, considerando que a mudança climática é uma realidade avassaladora”, ressaltou a ministra, citando eventos climáticos extremos, como geadas na África, enchentes na Espanha e ondas de calor em outros países da Europa.

Entre os estados, Rondônia apresentou a maior taxa de redução do desmatamento, com uma queda de 62,5%, seguido por Mato Grosso (-45,1%), Pará (-28,4%) e Amazonas (-29%). Por outro lado, Roraima registrou um aumento de 53% no desmatamento ao longo do período analisado.

Entre os 70 municípios prioritários para o combate ao desmatamento na Amazônia, 78% deles tiveram redução na supressão de floresta, enquanto 23% registraram aumento.

Segundo o governo federal, a redução do desmatamento na Amazônia evitou a emissão de 359 milhões de toneladas de dióxido de carbono (CO2), o principal gás responsável pelo aquecimento global, na atmosfera.

A redução no desmatamento foi comemorada por organizações da sociedade civil, mas ainda há a necessidade de melhorar esses resultados.

“Uma queda significativa no desmatamento da Amazônia pelo terceiro ano consecutivo é uma boa notícia, mas não é suficiente diante dos desafios climáticos e de preservação da biodiversidade que enfrentamos. Se quisermos evitar os piores cenários de eventos extremos, precisamos garantir que a queda no desmatamento seja mantida e acelerada nos próximos anos”, afirmou Mariana Napolitano, diretora de estratégia do WWF-Brasil.

Cerrado

No Cerrado, a taxa oficial de desmatamento medida pelo Sistema Prodes do Inpe foi de 8.174 km² entre agosto do ano passado e julho deste ano. Isso representa uma redução de 25,7% em relação ao período anterior, a primeira queda em quatro anos no bioma.

Cerca de 76% desse desmatamento ocorreu em quatro estados: Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia, região conhecida como Matopiba, a principal fronteira agropecuária do Cerrado. Esses estados, contudo, apresentaram uma queda significativa no desmatamento em comparação ao período anterior, com reduções de 63,3% na Bahia, 15,1% no Maranhão, 10,1% no Piauí e 9,6% no Tocantins.

Redação Revista Amazônia

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