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Desmatamento na Amazônia e Cerrado Mostra Tendência de Queda

Dados do INPE

Dados recentes do Sistema de Detecção do Desmatamento em Tempo Real (DETER), divulgados hoje (07/06/2024), apontam uma queda significativa no desmatamento tanto na Amazônia quanto no Cerrado em comparação aos anos anteriores. Na Amazônia Legal brasileira (ALB), foram registrados alertas de desmatamento para uma área de 500,84 km², representando uma redução de 38% em relação ao mesmo período do ano passado. Esta é a menor área desmatada desde 2017 e a terceira menor desde o início da série histórica do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), que começou em agosto de 2015.

Dados do desmatamento. Fonte: DETER/INPE, 2024

Desde o início de 2024, o desmatamento acumulado na ALB totalizou 1.181,87 km², uma queda de 40% em comparação ao mesmo período em 2023. Esta também é a menor área desmatada desde 2017 e a segunda menor desde o início da série histórica.

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Maio: Mês Crítico para o Desmatamento

De acordo com o diretor executivo da Amigos da Terra – Amazônia Brasileira, maio é um mês decisivo para a Amazônia, pois marca o início da estação seca, que facilita a extração de madeira e as operações de derrubada. “Mesmo em anos de redução de desmatamento, a tendência é que os índices subam nos meses de maio, junho e julho”, explica ele.

Compromisso do Governo

O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva reafirmou seu compromisso com o desmatamento zero na Amazônia até 2030 durante a 28ª Conferência do Clima da ONU. Com a Ministra Marina Silva à frente do Ministério do Meio Ambiente e Mudanças Climáticas, o Plano de Ação para Prevenção e Controle do Desmatamento na Amazônia Legal (PPCDAm) foi restabelecido, visando replicar o sucesso da primeira edição, que manteve o desmatamento abaixo de 8.000 km² por ano até 2018.

Desmatamento por Estado

Dentre os estados da região, Mato Grosso liderou com 185,3 km² desmatados, seguido por Pará (138,42 km²), Amazonas (117,10 km²) e Rondônia (37,6 km²). Juntos, esses quatro estados foram responsáveis por 95% da área desmatada em maio. No entanto, todos apresentaram reduções significativas em comparação ao ano anterior: Mato Grosso (51%), Rondônia (48%), Pará (29%) e Amazonas (20%).

Cerrado: Queda no Desmatamento

No Cerrado, a área desmatada foi de 1.039,98 km², uma redução de 21% em relação a maio de 2023. Embora a taxa ainda seja alta, é a terceira menor para o período desde o início da série histórica em 2018. No acumulado de janeiro a maio, o desmatamento no Cerrado totalizou 3.062,39 km², uma queda de 13% em comparação ao mesmo período do ano passado.

Matopiba: Redução no Desmatamento

Na região de Matopiba, que engloba Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia, todos os estados apresentaram queda no desmatamento em maio em comparação ao ano anterior: Maranhão (8%), Tocantins (10%), Piauí (11%) e Bahia (69%). Esta área representou 84% do desmatamento no Cerrado no período. A região, conhecida como nova fronteira agrícola, foi formalizada por decreto em 2015 e tem sido alvo de intensa pressão agropecuária.

Desafios Persistem

Apesar da recente redução, o Cerrado continua sofrendo com o desmatamento. No ano passado, a área desmatada foi de 7.000 km², o maior valor da nova série histórica, equivalente a cinco vezes o tamanho da cidade de São Paulo. O Ministério do Meio Ambiente e Mudanças Climáticas estima que pelo menos 47% desse desmatamento ocorre com autorização legal, conforme o Código Florestal, que permite até 80% de desmatamento em certas áreas.

Conclusão

Os dados recentes apontam uma tendência positiva de redução do desmatamento na Amazônia e no Cerrado, refletindo esforços governamentais e de organizações ambientais. No entanto, desafios significativos permanecem, especialmente no Cerrado, onde a pressão por expansão agrícola continua alta. O compromisso do governo e a implementação de políticas eficazes serão cruciais para garantir a proteção contínua desses biomas.

Redação Revista Amazônia

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