Em uma expedição ousada nas profundezas da floresta amazônica, o arqueólogo Mark Robinson e sua equipe internacional de cientistas mergulharam em uma jornada para desvendar os segredos guardados pela misteriosa terra preta da Amazônia. A expedição os levou a um trecho remoto de floresta em Iténez, no noroeste da Bolívia, próximo à fronteira com o Brasil. Não foi uma jornada fácil. Evitando uma viagem de barco de 10 horas, eles optaram por um voo até a aldeia mais próxima, Versalles. O avião precisou voar em círculos sobre uma pista de grama, evitando um rebanho de animais pastando, antes de enfrentar uma longa caminhada pela densa floresta tropical, atravessando raízes nodosas e exércitos de formigas devastadoras.
O objetivo da missão era crucial: encontrar a terra preta da Amazônia, também conhecida como “ouro negro”. Esta camada de solo preto, com até 3,80 metros de espessura, é encontrada em locais isolados por toda a bacia amazônica e é incrivelmente fértil, repleta de matéria orgânica em decomposição e nutrientes essenciais para a agricultura.
A terra preta não é apenas um produto da natureza; é uma relíquia de tempos antigos, quando grupos indígenas estabeleceram prósperas comunidades ao longo da floresta tropical. A descoberta recente de uma “cidade-jardim” de 2.000 anos de idade no Equador levantou questões sobre a presença de outros assentamentos antigos na região. E é aqui que a terra preta desempenha um papel crucial.
Acredita-se que essas antigas comunidades dependiam da terra preta para aumentar a produtividade de suas terras. Hoje, há um interesse crescente em aprender com esses métodos antigos para melhorar a agricultura e combater as mudanças climáticas.
Rodeada pela selva exuberante de Versalles, Robinson destaca que, apesar da aparência de uma floresta intocada, evidências de comunidades antigas estão em toda parte. A terra preta é um testemunho silencioso do trabalho árduo desses povos indígenas, que enriqueceram o solo da Amazônia com resíduos orgânicos ao longo de milênios.
Esta camada de solo preciosa não é apenas um tesouro para os arqueólogos, mas também desempenha um papel vital na captura de carbono. Com até 7,5 vezes mais carbono do que o solo circundante, a terra preta age como um sifão de carbono, retendo o elemento no subsolo e retardando sua liberação na atmosfera.
A descoberta e compreensão da terra preta da Amazônia oferecem lições valiosas para as gerações futuras. Copiar os métodos ancestrais dos povos indígenas pode ser essencial para promover a sustentabilidade e enfrentar os desafios ambientais que o futuro reserva. Estamos à beira de compreender os segredos guardados pela terra preta e as lições que ela pode nos ensinar sobre o manejo sustentável da terra e a preservação da floresta tropical.
Ela não corre, mas também não perde. Essa poderia ser a descrição perfeita da sucuri,…
A piranha-vermelha, protagonista de muitos mitos amazônicos, vai muito além da imagem de peixe agressivo…
O Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram) celebrou a inclusão da mineração entre as atividades contempladas…
De acordo com uma pesquisa da Nexus em parceria com o Movimento União BR, cerca…
Um estudo recente realizado na França com 15 mil participantes apontou que as mulheres emitem,…
Num galho da Amazônia, uma folha seca balança ao vento... ou será que não? Olhe…
This website uses cookies.