No cenário desafiador das mudanças climáticas, a antecipação de eventos extremos torna-se uma ferramenta crucial para a proteção de comunidades vulneráveis. Em nenhum lugar essa necessidade é mais evidente do que em Santos, cidade costeira do Brasil, que enfrenta regularmente as fúrias das marés de tempestade, localmente conhecidas como “ressacas”, representando uma ameaça tanto para a infraestrutura urbana quanto para os ecossistemas marinhos.
Os modelos tradicionais de previsão de maré e ondas baseiam-se em equações físicas complexas, considerando uma variedade de variáveis, desde o relevo até o regime de ventos e a maré astronômica. No entanto, esses modelos enfrentam desafios na integração de novos dados observacionais e na complexidade computacional para lidar com a imprevisibilidade dos eventos extremos.
Por outro lado, o aprendizado de máquina oferece uma abordagem promissora para identificar padrões em dados e aprimorar as previsões. No entanto, requer um grande volume de dados para treinamento, o que nem sempre está disponível em contextos de previsão de eventos extremos.
O estudo pioneiro realizado em Santos conseguiu superar esses desafios ao desenvolver um modelo baseado em aprendizado de máquina, que utiliza os modelos físicos como ponto de partida e os aprimora com dados observacionais. Essa abordagem, denominada “Aprendizado de Máquina Informado pela Física”, representa uma síntese inovadora entre os dois mundos, prometendo previsões mais precisas e confiáveis.
Uma das principais contribuições do estudo é uma técnica inovadora para representar a passagem do tempo em redes neurais, permitindo a integração de dados irregulares e a consideração de lacunas e variações temporais. Isso não apenas melhora a precisão das previsões de maré e ondas, mas também tem o potencial de ser aplicado em uma variedade de contextos além da meteorologia, incluindo saúde, manufatura e finanças.
Além disso, o modelo proposto combina diferentes tipos de dados, incluindo imagens de satélite e previsões de modelos numéricos, em uma arquitetura multimodal flexível. Essa abordagem representa um avanço significativo em direção a sistemas de previsão mais robustos e adaptáveis, capazes de lidar com a complexidade e a variabilidade dos eventos climáticos extremos.
O estudo recebeu apoio da FAPESP por meio do Centro de Inteligência Artificial (C4AI), destacando a importância da colaboração entre instituições acadêmicas e parceiros industriais para impulsionar a inovação e enfrentar os desafios urgentes colocados pelas mudanças climáticas. Ao oferecer uma metodologia para melhorar a precisão das previsões de eventos extremos, este trabalho destaca o potencial transformador do conhecimento científico aplicado na proteção de comunidades vulneráveis em todo o mundo.
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