Hoje, 17 de outubro, é dia de homenagear um protagonista silencioso da vida moderna: o eletricista. Mas esta data já não evoca apenas o profissional das instalações de energia primárias, ela relembra um agente vital da revolução energética que atravessa o Brasil.
Vivemos uma dessas raras convergências históricas em que fontes limpas, tecnologia e mudanças estruturais se cruzam. Nossa matriz elétrica é amplamente renovável, e tecnologias como a geração solar distribuída, a energia eólica e a mobilidade elétrica deixam de ser promessas parciais para se tornarem realidade cotidiana. Nesse cenário em mutação, o eletricista se reposiciona: mais do que executor, é arquiteto da energia.
Nas residências modernas, nos empreendimentos comerciais e nas pequenas indústrias, o eletricista já não está apenas “ligando fios”. Ele projeta sistemas fotovoltaicos com inversores inteligentes, dimensiona quadros elétricos com monitoramento digital e negocia protocolos de integração com concessionárias. Suas decisões — escolha de conectores, métodos de aterramento, proteção contra surtos, dimensionamento de cabos e disjuntores — impactam diretamente a vida útil do sistema, sua eficiência energética, a segurança dos usuários e o retorno sobre o investimento.
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E não basta instalar bem. A rotina exige manutenção preventiva, diagnóstico de perdas, análise de dados de performance e propostas de upgrades. É preciso decifrar sinais sutis de falhas, interpretar medições, calibrar sistemas e propor ajustes. Nesse contexto, conhecimentos como os contidos na NBR 5410 (instalações elétricas de baixa tensão), na NBR 16690 (sistemas fotovoltaicos) e nas normas de segurança NR-10 e NR-35 são basilares. Não são luxos de especialista: são exigências operacionais.
A evolução é tão rápida que a formação continuada deixou de ser diferencial para se tornar condição de atuação. O eletricista moderno precisa estar em fluxo constante de aprendizado, acompanhando novas tecnologias, adaptando-se a regulamentações e antecipando tendências. Ele é ponte entre o legado da eletricidade clássica e a vanguarda da energia inteligente.
No Brasil, os números reforçam esse papel central. De acordo com o Balanço Energético Nacional de 2025, elaborado pela Empresa de Pesquisa Energética (EPE) e pelo Ministério de Minas e Energia (MME), 88% da oferta interna de eletricidade provém de fontes renováveis. Em 2024, o consumo final cresceu 5,5 %, alcançando 650,4 TWh, com destaque para indústria e residências. É justamente nesses setores, responsáveis por cerca de 81,3 % da demanda, que se investe fortemente em geração distribuída e eficiência energética.
Se um sistema solar em telhado entrega mais autonomia, quem garante sua efetividade é o eletricista. Se um empreendimento automatizado responde de forma inteligente à rede elétrica, ele calibrou esse elo invisível. Se uma casa comete economia e gera energia própria, ele foi o estrategista silencioso por trás disso. Sua atuação conecta ciência e cotidiano, energia e vida.
Ao cruzar ruas iluminadas, ligar um ar-condicionado ou recarregar um celular, mal nos damos conta da teia elétrica invisível que torna tudo possível — e menos lembramos do eletricista que a sustenta. Neste 17 de outubro, celebrar não é apenas enaltecer: é reconhecer que o futuro da energia está literalmente em suas mãos. É reconhecer o valor, a competência e a responsabilidade desse profissional que virou guardião da infraestrutura que move nosso país.
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