Dizimação gradativa da barreira de corais - Fonte: Catlin Seaview/ The Ocean Agency/WL
O aumento das temperaturas oceânicas está causando sinais crescentes de estresse e ameaçando a existência de um dos ecossistemas marinhos mais diversos e valiosos do mundo, a Grande Barreira de Corais, na Austrália. Isso é o que aponta um novo estudo internacional, que inclui o especialista em recifes de corais da Universidade de Tulane, Thomas DeCarlo.
O professor assistente de oceanografia da Escola de Ciência e Engenharia da Tulane analisou padrões históricos de temperatura e branqueamento na Grande Barreira, utilizando perfurações subaquáticas para coletar amostras do núcleo de corais e tomografias computadorizadas para identificar variações de densidade e anéis de crescimento anuais, visíveis nos períodos em que os corais sofreram branqueamento e se recuperaram.
O trabalho de DeCarlo, publicado este mês na revista Nature, documenta níveis sem precedentes de aquecimento oceânico, levando ao branqueamento da Grande Barreira de Corais e colocando em risco um ecossistema marinho vital.
Corais são animais que vivem em simbiose com algas fotossintéticas dentro de suas células. Essas algas fornecem a maior parte da energia que os corais precisam para sobreviver. Quando as temperaturas da água estão anormalmente altas, essa simbiose se rompe. O coral expulsa as algas, o que é chamado de branqueamento. O coral fica branco, pois se vê o esqueleto através dos tecidos translúcidos. Embora os corais branqueados ainda estejam vivos, eles começam a morrer de fome sem seus simbiontes e podem morrer se as condições não melhorarem rapidamente.
A Grande Barreira de Corais é o maior recife contínuo do mundo, situado próximo ao centro da biodiversidade dos recifes, com centenas de espécies de corais. É um Patrimônio Mundial e um ícone da Austrália. As principais descobertas observadas incluem:
Centenas de milhões de pessoas dependem dos recifes de corais para alimentação, razões econômicas e subsistência. Os recifes também geram receitas de turismo, além de valor espiritual e estético. Ecologicamente, os recifes protegem as linhas costeiras ao quebrar ondas e reduzir a erosão. À medida que perdemos corais vivos, os recifes ficam mais achatados e menos eficazes em quebrar ondas. A degradação dos recifes também leva à perda de biodiversidade, já que muitas espécies dependem de habitats específicos de corais. Isso impacta o potencial pesqueiro e tem efeitos generalizados na sociedade e nas pessoas ao redor do mundo.
A principal ação necessária é reduzir as emissões de gases de efeito estufa. Modelos climáticos mostram que a tendência de aquecimento desde o final do século XIX é devido às atividades humanas. Esses modelos podem simular a variabilidade climática natural e demonstrar que os eventos de temperatura das últimas duas décadas na Grande Barreira de Corais seriam impossíveis sem as emissões humanas de CO2.
O primeiro passo é reconhecer que existe um problema. Infelizmente, ainda há controvérsias em rotular a Grande Barreira de Corais como “em perigo”, apesar das evidências científicas claras de sua deterioração e exposição contínua a extremos de calor. Precisamos concordar sobre o perigo que o recife enfrenta antes de podermos tomar as decisões difíceis necessárias para reduzir a velocidade das mudanças climáticas.
Fonte: Newswise
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