Meio Ambiente

Eliminação Progressiva dos Combustíveis Fósseis – Uma Análise Crítica da COP28

A Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas de 2023 (COP28), realizada em Dubai, Emirados Árabes Unidos, trouxe à tona um tema crucial para o futuro do nosso planeta: a eliminação progressiva do uso de combustíveis fósseis.

O Balanço Global Preliminar

O documento preliminar do Balanço Global (Global Stocktake, GST) apresentado na conferência inclui a eliminação progressiva do uso de combustíveis fósseis. Este documento servirá de base para as negociações do documento final da COP28, que deve fazer uma avaliação do combate às mudanças climáticas a partir do Acordo de Paris.

Para os combustíveis fósseis, o Balanço Global apresenta duas opções de texto e deixa aberta uma terceira opção sem texto construído. A primeira opção diz que as partes se comprometem com a “eliminação progressiva, ordenada e justa dos combustíveis fósseis”. Já a segunda opção diz ser necessário “acelerar os esforços no sentido da eliminação progressiva dos combustíveis fósseis e reduzir rapidamente a sua utilização, de modo a alcançar emissões líquidas zero de CO2 nos sistemas energéticos por volta de meados do século”.

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A Perspectiva dos Especialistas

Natalie Unterstell, presidente do Instituto Talanoa, considera o texto preliminar histórico por incluir, entre as opções, a eliminação dos combustíveis fósseis. Ela compara a situação atual com a COP anterior, onde os textos faziam referência à eliminação dos subsídios para combustíveis fósseis e também teve um foco na transição do carvão.

No entanto, Carlos Eduardo Young, coordenador do Grupo de Economia do Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável da Universidade Federal da Rio de Janeiro (UFRJ), acredita que a inclusão do termo “eliminação” no documento, apesar de poder ser considerado um avanço, não é capaz de produzir mudanças no uso de combustíveis fósseis.

Desafios e Interesses Contrários

A eliminação progressiva dos combustíveis fósseis enfrenta vários desafios, incluindo interesses contrários de países produtores de petróleo. Além disso, existem exemplos que indicam que o mundo não está trabalhando para a eliminação dos combustíveis fósseis, como o projeto do governo brasileiro de explorar petróleo na margem equatorial do país.

Conclusão

A COP28 trouxe à tona a necessidade urgente de eliminar progressivamente os combustíveis fósseis. No entanto, a implementação desta medida enfrenta vários desafios, incluindo a resistência de países produtores de petróleo e a falta de medidas concretas para reverter o uso dos combustíveis fósseis. Ainda assim, a inclusão deste tema nas discussões da COP28 é um passo importante na luta contra as mudanças climáticas.

Redação Revista Amazônia

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