Meio Ambiente

Em busca do misterioso peixe-elétrico e novas descobertas de espécies na Amazônia

 

Os poraquês (Electrophorus spp.), conhecidos por sua capacidade de emitir descargas elétricas de até 860 volts, são os peixes-elétricos mais famosos. No entanto, a maior parte das cerca de 250 espécies da ordem Gymnotiformes são peixes pequenos e alongados que habitam rios, lagos e igarapés, emitindo sinais elétricos fracos para comunicação e navegação. Um exemplo é o Iracema caiana, coletado apenas uma vez em 1968 e nunca mais encontrado.

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De 20 de fevereiro a 2 de março, uma equipe de cientistas embarcará na embarcação Comandante Gomes para explorar o fundo do rio Negro, no Amazonas, em busca de Gymnotiformes pouco conhecidos, como o Iracema caiana. A expedição, parte do projeto “Diversidade e Evolução de Gymnotiformes”, coordenado pelo professor Naercio Menezes do Museu de Zoologia da Universidade de São Paulo (MZ-USP), espera fazer novas descobertas e coletar exemplares que possam contribuir para estudos em andamento e até mesmo levar à descrição de novas espécies.

Durante as duas semanas de viagem, a equipe seguirá um percurso semelhante ao do naturalista Alfred Russel Wallace em 1850, quando documentou parte da fauna e flora amazônica. A expedição também servirá como uma oportunidade para estudantes de mestrado e doutorado aprenderem técnicas de coleta e armazenamento de peixes e terem contato com a Amazônia, região com a maior diversidade de peixes do mundo.

Um dos principais objetivos da viagem é coletar pequenas amostras de músculo ou nadadeira para sequenciamento genômico, mesmo de espécies já presentes em coleções de zoologia. A expedição também tem grandes expectativas de coletar novos exemplares e material genético do misterioso peixe-elétrico Iracema caiana.

A expedição reforça ainda os laços com parceiros do projeto, como o Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa), a Universidade Federal do Amazonas (Ufam) e a Universidade Federal da Bahia (UFBA), no Brasil, e o Museu Nacional de História Natural (NMNH), da Smithsonian Institution, nos Estados Unidos.

Redação Revista Amazônia

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