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Mais um escândalo americano de falta de transparência em fundo “verde”

Um fundo secreto de US$ 20 bilhões destinado à energia verde, criado sob a administração Biden, está sendo distribuído sem supervisão adequada, de acordo com o administrador da Agência de Proteção Ambiental (EPA), Lee Zeldin. Em uma entrevista exclusiva, Zeldin revelou preocupações sobre o destino dos recursos e possíveis conflitos de interesse dentro da própria agência.

O Caminho do Dinheiro e a Falta de Supervisão

Os US$ 20 bilhões foram originalmente alocados como parte do Fundo de Redução de Gases de Efeito Estufa da Lei de Redução da Inflação de 2022. A verba foi depositada no Citibank pela EPA, mas os destinatários só foram anunciados em agosto de 2024, com o banco sendo envolvido apenas em setembro. A decisão foi tomada após o desempenho ruim de Joe Biden no debate de junho, o que levou à sua retirada da corrida presidencial em julho e à nomeação da vice-presidente Kamala Harris como candidata democrata.

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A equipe de Zeldin está investigando se ex-funcionários da EPA passaram a trabalhar nas entidades beneficiadas pelos fundos. Algumas das principais organizações que receberam financiamento incluem:

  • Climate United Fund – quase US$ 7 bilhões;
  • Coalition for Green Capital – US$ 5 bilhões;
  • Opportunity Finance Network – US$ 2,29 bilhões;
  • Power Forward Communities – US$ 2 bilhões;
  • Inclusiv – US$ 1,87 bilhão;
  • Justice Climate Fund – US$ 940 milhões;
  • Appalachian Community Capital – US$ 500 milhões;
  • Native CDFI Network – US$ 400 milhões.

Entre os beneficiários, a Opportunity Finance Network é liderada pela vice-presidente Laura Silverman, que enfatiza a justiça econômica e social. Já a Native CDFI Network teve a senadora Elizabeth Warren (D-MA) como palestrante em eventos recentes. A Power Forward Communities, que recebeu US$ 2 bilhões, não divulga sua equipe em seu site, mas possui vagas abertas para vice-presidente de relações governamentais, comunicação e assistente especial.

Possíveis Conflitos de Interesse e Investigação

A investigação conduzida por Zeldin busca determinar se houve favorecimento na alocação dos fundos. Uma das preocupações levantadas envolve a possibilidade de ex-funcionários da EPA estarem sendo contratados pelas entidades beneficiadas, criando um ciclo de influência indevida.

Além disso, vídeos internos da administração Biden sugerem que o processo de alocação dos recursos foi apressado, sem o devido planejamento e controle. Zeldin mencionou que um funcionário da EPA descreveu a situação como “jogar barras de ouro do Titanic”, sugerindo que os próprios membros da agência tinham consciência da falta de transparência na distribuição dos recursos.

O Papel do Citibank e a Falta de Transparência

O envolvimento do Citibank levanta questões sobre a legalidade da transferência desses fundos para uma instituição financeira privada sem um processo claro de prestação de contas. O banco recebeu os US$ 20 bilhões e acumulou juros enquanto aguardava as diretrizes de distribuição, um movimento que Zeldin classifica como uma estratégia deliberada para reduzir a supervisão e dificultar o rastreamento do dinheiro.

Embora não haja evidências de que o Citibank tenha agido de forma inadequada, Zeldin enfatizou que a responsabilidade pela decisão de transferir os fundos para fora do governo foi da EPA e do Departamento do Tesouro, sob a administração Biden.

Próximos Passos da Investigação

A EPA sob a liderança de Zeldin está conduzindo uma revisão abrangente para determinar:

  • Se ex-funcionários da EPA agora trabalham para os beneficiários dos fundos;
  • Quanto do dinheiro já foi utilizado e quanto ainda está disponível;
  • Se os contratos estabelecidos seguem normas de transparência e prestação de contas;
  • Se há evidências de favorecimento político na seleção dos beneficiários.

Zeldin garantiu que sua equipe está comprometida em recuperar fundos mal alocados e fortalecer a transparência na distribuição de recursos públicos. A investigação está apenas no início, e ele espera que novas revelações possam lançar mais luz sobre os bastidores da alocação desses US$ 20 bilhões.

 O Fundo de Energia Verde da administração Biden levanta sérias questões sobre supervisão e transparência na alocação de dinheiro público. Com uma investigação em andamento, a equipe da EPA busca entender como esse dinheiro foi distribuído e garantir que a prestação de contas seja uma prioridade no futuro. A revelação desse caso pode impactar a forma como futuros programas ambientais são estruturados e fiscalizados nos Estados Unidos.

Redação Revista Amazônia

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