Categories: DestaquePesquisa

Estudo mostra como agrotóxicos afetam abelhas nativas

 

Pesquisadores das universidades Estadual Paulista (Unesp), Federal de São Carlos (UFSCar) e Federal de Viçosa (UFV) desvendaram os efeitos nocivos de três agrotóxicos – imidacloprido, piraclostrobina e glifosato – sobre a abelha nativa Melipona scutellaris. O estudo, publicado na Environmental Pollution, destaca que esses compostos, isoladamente ou em conjunto, alteram a locomoção e comprometem o sistema imunológico desses polinizadores cruciais.

Publicidade

A pesquisa ressalta a importância das abelhas nativas na biodiversidade e na economia agrícola do Brasil, enfocando a Melipona scutellaris, essencial para a polinização de plantas silvestres e culturas economicamente relevantes. No contexto do Programa BIOTA-FAPESP, o estudo avaliou os efeitos subletais dos pesticidas mencionados, demonstrando que a exposição a essas substâncias reduz a mobilidade das abelhas e danifica o corpo gorduroso, órgão vital para a imunidade.

Cliver Fernandes Farder-Gomes, pesquisador da UFSCar, e Roberta Cornélio Ferreira Nocelli, professora da mesma instituição, alertam para as consequências da exposição aos agrotóxicos, que vão além da mortalidade imediata, afetando a saúde das colmeias e, por extensão, a produção de alimentos devido ao declínio na polinização.

Os autores enfatizam a necessidade de políticas públicas mais restritivas quanto ao uso de agrotóxicos, baseando-se nos resultados do estudo para promover uma agricultura sustentável e segura. Osmar Malaspina, professor da Unesp, sublinha o papel da pesquisa científica na formulação de regulamentações ambientais, exemplificando com o uso do fipronil, cuja restrição foi influenciada por publicações anteriores do grupo.

O artigo completo, que oferece insights valiosos para a conservação das abelhas e a prática agrícola responsável, está disponível para consulta na plataforma ScienceDirect. A pesquisa continua, visando ampliar o entendimento dos impactos dos pesticidas e fortalecer a base de dados para decisões regulatórias futuras.

Redação Revista Amazônia

Published by
Redação Revista Amazônia

Recent Posts

Saiba por que o quati se adapta tão bem a áreas urbanas

É cada vez mais comum encontrar um quati circulando por praças, parques urbanos ou até…

1 hora ago

Veja 3 motivos urgentes para proteger o tatu-galinha antes que ele “suma do mapa”

Pouca gente nota sua presença, mas o tatu-galinha está entre os grandes heróis anônimos dos…

2 horas ago

MEC E FNDE inauguram novas creches no Marajó, disponibilizando mais de 440 vagas na educação infantil

O Ministério da Educação (MEC) e o Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) inauguraram,…

3 horas ago

Exceder e retornar ao aquecimento global de 1,5°C, é possível?

Cientistas, formuladores de políticas e a sociedade se envolverão cada vez mais em uma nova…

4 horas ago

Comportamentos alimentares desordenados crescem entre crianças e adolescentes, alertando a saúde

Cada vez mais comuns e muitas vezes ignorados, os comportamentos alimentares desordenados (CADs) em crianças…

18 horas ago

Frutas nativas da Amazônia em compotas, sorvetes e sobremesas

Imagine uma floresta onde cada fruta é uma explosão de sabor, uma história de conexão…

19 horas ago