Modelo conceitual esquemático representando um rio em ascensão ( a ) e um rio em perda ( b ), classificados com base nas diferenças de carga hidráulica entre o riacho e o aquífero subjacente. Diferenças calculadas entre cada elevação de água de poço próximo ao riacho e a elevação do nível de água do riacho mais próximo. Apenas poços dentro de 1 km do rio mais próximo, mais rasos que 100 m em um aquífero não confinado são mostrados ( c ). Terras áridas são indicadas por Unidades de Gestão de Água com um Índice de Aridez menor que 0,65, áreas de uso agrícola intensivo são identificadas por Unidades de Gestão de Água com mais de 20% da área sob cultivo em 2020, e regiões críticas indicadas por Unidades de Gestão de Água Brasileiras onde a fração da elevação de água de poços abaixo da elevação do rio mais próximo excede 60%. Apenas Unidades de Gestão de Água com mais de três poços são mostradas ( d ). A maioria das regiões críticas (68%) está em climas mais secos ou/e em regiões caracterizadas por uso agrícola intensivoAs interações rio-aquífero desempenham um papel crucial na disponibilidade de água, influenciando os fluxos ambientais e impactando a dinâmica climática. Onde os lençóis freáticos ficam abaixo dos níveis de água do rio, a água do riacho pode se infiltrar no aquífero subjacente, reduzindo o fluxo do riacho. No entanto, a prevalência desses rios “perdedores” permanece mal compreendida devido às limitadas observações in situ em todo o país. Aqui, analisamos os níveis de água em 17.972 poços em todo o Brasil para mostrar que a maioria deles (55%) fica abaixo das superfícies dos riachos próximos, o que implica que esses riachos próximos provavelmente estão se infiltrando no subsolo. Nossos resultados demonstram o potencial generalizado de perdas de água dos riachos em aquíferos subjacentes em muitas regiões do país, especialmente em áreas com bombeamento extensivo de águas subterrâneas. Nossas observações diretas ressaltam a importância do gerenciamento conjunto das águas subterrâneas e superficiais e destacam o risco generalizado de perdas de fluxo para os aquíferos, o que pode impactar o acesso global à água e os ecossistemas que dependem dos rios.
Mais da metade dos rios brasileiros enfrenta riscos devido à superexploração para irrigação agrícola dos aquíferos subterrâneos, segundo um levantamento realizado por pela Universidade de São Paulo (USP) e publicado na Nature Communications
A pesquisa, feita em parceria com cientistas americanos, alerta que a extração intensiva de água pelos produtores agropecuários e pelas indústrias tem reduzido drasticamente o fluxo dos rios, comprometendo ecossistemas aquáticos.
55,4 % dos 17.972 poços analisados em todo o território nacional têm níveis de água abaixo da superfície dos rios mais próximos. Isso, de acordo com o levantamento, cria um gradiente que favorece a percolação da água do rio para o subsolo, gerando a queda do fluxo no leito.
A pesquisa estudou dados de diferentes bacias hidrográficas do país e identificou que a situação é ainda mais grave em períodos de seca.
O estudo ainda revela que, em algumas regiões, o volume de água dos rios já está em níveis críticos, o que pode agravar crises no futuro.
“Devido a condições climáticas e à intensa atividade agrícola, são áreas especialmente críticas a bacia do rio São Francisco e a região do Matopiba [que abrange os estados do Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia], ambas muito dependentes de águas subterrâneas para irrigação e abastecimento humano”, afirma o professor de hidrologia e recursos hídricos Paulo Tarso Sanches de Oliveira, segundo autor do trabalho.
De acordo com os pesquisadores, a falta de regulamentação e fiscalização por parte do poder público na captação de águas subterrâneas contribui para o agravamento do problema.
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