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FAPESP participa da cúpula internacional sobre polos e glaciares na França

A convite do governo da França, a FAPESP participou da primeira cúpula internacional sobre glaciares e polo, One Planet – Polar Summit, realizada no Museu Nacional de História Natural, em Paris, nos dias 8 e 9 de novembro, no âmbito do Paris Peace Forum.

Apoiado pela Organização Meteorológica Mundial (OMM) e pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), o encontro reuniu pesquisadores, especialistas, ONGs, representantes de povos originários das diversas regiões e representantes do setor privado de mais de 40 países e, num segundo momento, lideranças políticas.

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“O encontro teve como objetivo alertar para o impacto das mudanças climáticas na criosfera [todos os elementos do sistema terrestre contendo água no estado sólido]. Já se registram recuos considerados irreversíveis em cerca de 200 mil glaciares na África, Américas, Antártida, Ásia, Europa e Oceania e teme-se que pelo menos metade desses glaciares seja perdida até 2100”, afirmou o presidente da FAPESP, Marco Antonio Zago, que esteve presente à reunião ao lado do diretor administrativo da Fundação, Fernando Menezes.

A preocupação com os glaciares mobiliza desde 2022 o governo francês, que passou a investir em pesquisa e buscar cooperação internacional para a preservação da criosfera. Ao final do encontro, foi publicada a “Paris Call for Glaciers and Poles”. O documento apela por mais investigação científica sobre a criosfera que leve em conta o conhecimento das comunidades locais e dos povos indígenas, por financiamento conjunto de programas de investigação, monitoramento e proteção para a criosfera e pelo compartilhamento de dados sobre esses ecossistemas e propõe uma Década de Ciência Glacial e Polar/Criosfera para o período de 2025 a 2035.

Sugere também o incentivo à educação sobre questões polares e glaciais, de forma a aumentar a conscientização do público sobre a importância das geleiras, da neve e do gelo no ciclo climático e hidrológico, assim como das características específicas da biodiversidade polar.

Mais informações sobre o encontro estão disponíveis em: oneplanetsummit.fr/en/events-16/one-planet-polar-summit-284.

Cooperação internacional

Em Paris, Zago e Menezes, a convite da embaixada do Brasil, participaram do 3º Encontro da Diáspora de Ciência, Tecnologia e Inovação do Brasil, no dia 9 de novembro, que reuniu mais de uma centena de pesquisadores e empreendedores brasileiros.

Marco Antonio Zago, presidente da FAPESP (foto: FAPESP)

“Informei àqueles interessados em retornar ao país que a FAPESP dispõe de um conjunto de instrumentos de apoio que lhes permitiria estabelecer-se em São Paulo. Àqueles já integrados nos ecossistemas de pesquisa e inovação francês, lembrei que a FAPESP oferece alternativas de colaboração por meio de acordos com agências de fomento, universidades e instituições de pesquisa”, diz Zago.

A FAPESP mantém acordos de colaboração também com a Agence Nationale de la Recherche (ANR), o Centre National de la Recherche Scientifique (CNRS) e a French Foundation for Biodiversity Research (FRB), entre outras entidades, além de uma dezena de instituições de ensino superior e pesquisa em todo o país.

A FAPESP e a ANR, por exemplo, têm renovado sucessivamente um acordo bilateral firmado em 2011 e, nos últimos anos, registra aumento no número de submissões. O edital de 2023 recebeu 44 propostas, sendo dez aprovadas. A chamada 2024, que passou a incluir temas relacionados à saúde, ainda está em curso, mas já registra número recorde de 74 consultas de elegibilidade.

“Junto com a ANR, participamos também de iniciativas multilaterais como, por exemplo, o Belmont Forum, o Global Research Collaboration for Infectious Disease Preparedness (GloPID-R), a Trans-Atlantic Platform for Social Sciences and Humanities (T-AP), entre outras”, lembrou Zago. “Nesta visita à França, aliás, fomos recebidos por dois diretores, Dominique Dunon-Bluteau, de Operações Científicas, e Honorata Plewinska, de colaborações bilaterais, com o objetivo de estreitar ainda mais essa colaboração.”

Redação Revista Amazônia

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